Os espíritos, inteligências incorpóreas, estão por toda parte. Existem os mais evoluídos e aqueles outros nem tanto, e eles se sintonizam conosco naquilo que em nós lhes for semelhante.
Os universos espiritual e físico são independentes, porém interagem entre si, e, no que nos diz respeito, acolhemos ao nosso redor amigos espirituais que são afins com a nossa maneira de ser. E serão eles que nos receberão quando retornarmos a nossa realidade extrafísica, o que significa que, após a morte do corpo, passaremos a ter como companheiros os que foram conquistados por nós na vida terrena.
O bom viver espiritual por cá não pede adereços, basta apenas manter em si o clima de serviço e edificação para que bons amigos do alto se conectem conosco; uma coisa puxa a outra, mas o inverso também é verdadeiro; os nossos pensamentos os atraem.
Percebemos a sintonia de nossas ondas mentais como outras fora de nós, quando encontramos alguém ou entramos em um ambiente e, de imediato, nos sentimos bem, ou não. Se não, procuramos nos livrar do incômodo; se sim,...
Só não erra quem não quer acertar, pois quem busca o acerto erra, por isso o que ficou imperfeito há de ser arrumado.
Todos nós passamos a vida construindo, independentemente de prêmios espirituais, aliás isso não é cogitado no nosso dia a dia, visto que as necessidades da sobrevivência terrena nos absorvem completamente, embora encontramos, aqui ou ali, criaturas ociosas que passam o tempo entre a inutilidade e a preguiça, construindo em torno de si uma malha de apatia à qual futuramente retornarão para corrigir.
Lembro que somente realizou sem a necessidade de refazer aquele que respeitou o projeto para a realização da obra. Quem assim não procedeu haverá de repará-la, ou mesmo refazê-la.
É assim se dá conosco quando na vivência humana. É pelos afazeres do cotidiano que derramamos, de maneira natural, o nosso interior, impregnando no externo o que somos no íntimo, e quando isso não for bom, havemos de refazer o feito em uma outra revivência, experimentando novo renascer.
Não esquecer de agir para a felicidade comum, afastando-se dos desencantos que a incompreensão alheia possa trazer, mantendo-se na incansável ação em...
Estávamos debatendo um tema quando o monitor entrou na sala e nos esclareceu.
Disse-nos ele que a vida terrena é tão somente um momento dentro do infinito divino, embora aos que a vivem pareça-lhes eterna e única. O propósito dessa experiência é fomentar representações propícias ao desenvolvimento naquilo que cada vivente carece.
Ao rico foi dado experimentar a opulência e lhe será cobrado como a utilizou, ao pobre é oferecido aprender a tolerância e assim em diante, todos serão examinados sobre o que aprenderam. Ao voltarem à terra repetirão as matérias em que não se saíram bem.
― Então aqui estamos por castigo, penando os nossos erros? ― Perguntei.
― Nada de castigos, Deus é bom pai e o bom pai ensina a fazer melhor, nós, viventes terrenos, gozamos do perdão divino ― respondeu prontamente o monitor.
― Ora! Se tenho que repetir a lição, que perdão é esse?
Daqui em diante somente ele falou, nós apenas ouvimos.
― Lembremos:
Pedro, aproximando-se do mestre, o perguntou: “Até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu...
Eis que hoje há megalópoles que não se sustentam; visitar entes queridos não é mais um ato de amor; o afago tornou-se arma; as festas são festins macabros; o lar acolhedor transformou-se em prisão. Notícias alarmantes alimentam o pânico e o desespero se avizinha ostentando-se como depressão e ansiedade.
Nem todos de nós estão preparados para esse momento de transformação, porquanto, com a calamidade assolando, vemos a aflição mascarada nas extrapolações de pessoas a valorizar o efêmero, a desdenhar do correto, desprezando o acerto, em maus exemplos de autoridades; é como se de tão nervosos estivéssemos, passássemos a gargalhar.
Estamos inseguros e com medo, o nosso exterior fragilizou-se e o íntimo pede socorro. O momento atual nos propicia buscar conhecimento sobre nós; lapidar nossas incorreções para nos alavancar na escala espiritual pelo amor a si como indivíduo.
O amor-próprio, não aquele alimentado pela vaidade e pelo egoísmo, mas o que afaga a alma, é o que nos eleva como espírito ao propósito divino do nosso renascer aqui e que nos dá força para acreditar...
Neste mês de novembro completam-se oito meses de isolamento social, que nos trouxe mudanças de hábitos, fazendo-nos desejosos da volta à normalidade.
Além de todo o desconforto, a mídia nos bombardeia a cada dia com o número de mortos, cada vez mais crescente. Só nos chega uma informação: desgraça.
O desalento e a angústia, principalmente entre os idosos, empesteiam os lares. O Natal se aproxima e Papai Noel não põe crianças no colo, parece que o amor findou. Será que em algum dia isso vai terminar? Há quem pergunte. Pelos protestos, em vários países, contra medidas sanitárias, percebe-se que o desespero se mostra nascente.
Na obra sob o título “O Enigma da Vida”, escrita no final do século 19, de autoria da pensadora inglesa Anne Wood Besant, no capítulo VII, encontrei algo excelente, aplicável para a atualidade: “Transtornos que sobre nós caem, como ‘flechas lançadas do céu’, são duros de suportar, mas transtornos surgidos de causas, isso podemos entender e, consequentemente, controlar e enfrentar com paciência e resignação”.
Faz mais de 100 anos que isso foi escrito, no entanto, ao sofrermos...