Com a revolução tecnológica, em que todos podemos estar em vários lugares ao mesmo tempo, realizar diversas tarefas através de uma tela, falar com pessoas e participar de reuniões internacionais tornou-se algo tão comum que, por um momento, acreditei que seria a solução de conflitos de toda a humanidade.
Nos deparamos com pessoas cada vez mais solitárias, índices de suicídios aumentando, jovens e crianças tristes e sem referências relevantes, homens e mulheres atrás esquecendo-se de seus valores. E foi aí que pude observar o grande diferencial, até maior que o avanço tecnológico das novas gerações, algo divino e absoluto: o tempo.
O tempo passou a ser irrelevante e sem valor. Perdemos tanto tempos nas redes sociais, porém não temos 5 minutos para orar; horas e horas maratonando seriados, mas sem tempo para encontrar alguém ou ajudar um amigo. Vínculos são criados com o tempo e sua intensidade; por isso, a desvalorização dele faz com que as pessoas passem a ter relações tão profundas como um prato raso.
Somente quando voltarmos a observar o tempo como o senhor...
Talvez nunca imaginaríamos que reflexões sobre vida e morte deixassem de ser tema destinado aos filósofos, aos poetas ou aos escritores para adentrar o nosso cotidiano e tomar conta de grande parte de nosso processo de evolução diário, sendo necessária a reconstrução do significado de nossa existência na vida, nas famílias, no mundo, na sociedade. De repente a pessoa que te mandou mensagem há alguns minutos já não integra mais o rol dos construtores do planeta. E os abraços que ficaram para outro dia, os encontros e promessas para os próximos meses ficaram tão incertos quanto nossa estada por aqui.
O luto não ficou apenas dentro das funerárias nem mesmo se restringiu aos cemitérios em seus túmulos grandes ou modestos; o luto adentrou nas casas, na alma, na essência do ser. Perder está se tornando tão comum que o medo agora é se acostumar friamente com a perda. O fato de estarmos de maneira tão breve nesse mundo nos leva à percepção fatídica de que a única triste e cruel certeza é a de que vamos morrer.
Independentemente do caminho, da crença ou da missão,...