Contemplação.
.
Diante da fragilidade humana
Às margens da própria mortalidade
Somos levados a refletir
Nossa própria história
Somos criaturas amorosas
Por vezes, horrorosas
Seríamos, talvez
O resultado despretensioso da
mãe natureza
De exceder a si mesma?
Ou seguimos sua ordem imperceptível?
Como nos enxergamos em tão importante momento da nossa existência?
Pixels/Keegan Houser
Viver é instabilidade constante
Lançar-se numa viagem ao desconhecido
Sem rumo preciso
Sem velas, em naus
Na busca da felicidade
Que todos anseiam, sem exceção
Todas as pessoas que conhecemos
Possuem desejos em comum
Outras, bem mais complexos
Sede de amor e afeto
E, o mesmo vazio insondável
No peito
Que nada parece abrandar
O instinto em comum
O medo da morte
Impreterível destino final
Que a sábia sensatez
Resolve ignorar
E nos remete ao apego
Com todo o amor
Que carregamos no coração
Esquecemos, saudavelmente
E, portanto, nos permitimos
Usufruir o bom da vida
Conforme as possibilidades
De que tudo pode acabar
Num piscar de olhos.
Umedecidos de lágrimas
Ao recordar essa realidade
Estes mesmos olhos...