A filosofia de lavar a louça
Escrito por António Carlos Pereira Antunes
Posto a 28 de março de 2022
Confesso que não sou um exímio lavador de louças. Deixo a desejar nos quesitos eficiência e rapidez. Mas me esforço. Outro dia recebi a reclamação de que um garfo estava meio gosmento. Falta de força na fricção da esponja contra o metal. Aumentei a pressão contra o talher para tirar a gordura ali impregnada.
Não sei se é um pouco de TOC — deve ser mesmo — mas eu tenho um processo para lavar a louça. Começo pelos pratos, dos rasos aos fundos, vou para as panelas ou frigideiras, potes de plástico, copos e, por fim, os famigerados talheres. Meu calcanhar de Aquiles.
Lavar a louça sempre me leva a esvaziar a mente, como se todos os problemas do mundo fossem reduzidos à quantidade de detergente que você coloca na esponja ou da água que você permite que saia da torneira. Porém não é incomum que pensamentos mais encorpados me assaltem. Certo dia, uma segunda-feira, dia de pia cheia — sobras da preguiça do final de semana — me bateu a ideia de que a nossa...
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antonio carlos pereira antunes, autoconhecimento, autoconvivendo, convivendo, filosofia, reflexao, tempo
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