Vemos hoje muitas pessoas insatisfeitas com o rumo que suas vidas tomaram. Frustradas, desistem de acreditar em si mesmas e no seu potencial, levadas muitas vezes pelas inúmeras pressões e compromissos diários. Na corrida pela sobrevivência, simplesmente preferem acabar deixando de lado seus sonhos e objetivos. Tudo parece sem cor, sem vida. Rezam para que o ano termine logo, tentando acreditar que, de uma maneira mágica, terminam assim também os fardos e problemas cotidianos.
Aí chega o final de ano e são feitas as promessas para o ano seguinte… promessas que geralmente se diluem logo nos primeiros dias do ano novo.
Por que razão isso acontece? Afinal, por que isso se repete de uma maneira quase mecânica, sempre sem resultados — somente trazendo a decepção pessoal conosco por não termos “vontade” e “disciplina” para colocar em prática nossas resoluções?
Isso acontece em grande parte porque não compreendemos quais mecanismos estão por trás dessa dificuldade. Apenas conscientização, “força de vontade” e motivação para mudar não bastam.
Em primeiro lugar, temos que ter em mente que somos seres que agem, na maior...
Para muitas pessoas, acredito que a situação da pandemia tenha causado mudanças de hábitos, padrões no dia a dia e dentro de si mesmas. Diante do caos, é muito comum termos medo e querermos nos agarrar a algo para sentir segurança, seja num relacionamento ou num emprego. E quando, no entanto, esse caos demora mais do que o esperado? E quando o caos parece ser a nova realidade? É porque a entrega deve acontecer e dela nasce a reinvenção do que pensávamos ser.
Dentro da nossa vida, creio que acontecem pequenas mortes e esses choques de realidade, muitas vezes encarados com pesar e tristeza, são finais de ciclos e, depois do fim, sempre há um início. É só depois da tempestade que novos dias podem surgir com mais brilho e cor. E durante o caos? Fomos acostumados a crer no fato de que o que está organizado é bonito e bom e o que está bagunçado é feio e ruim, porém existe, sim, beleza no caos, porque ele significa mudança e, enquanto estamos mudando, é sinal de que estamos vivos.