Era uma vez uma alma pura e plenamente consciente. Perfeita.
Dentre milhares de possibilidades, escolheu a mais desafiadora: mergulhar em uma certa faixa de realidade e dar vida a corpos densos, em curtas e sucessivas experiências. A cada novo enredo, um profundo esquecimento dos anteriores.
Somos seres divinos que cruzam o espaço-tempo coletando experiências, mas sabemos pouco sobre as nossas motivações.
Por algum motivo, centenas de milhares de almas animam corpos de terceira dimensão e, em cada um dos ciclos, submetem-se às mais diversas experiências - talvez verdadeiros círculos viciosos.
Acumulamos informações em nossos elétrons, em nossos genes, em nosso perispírito e no campo morfogenético que nos conecta uns aos outros e a tudo mais o que existe.
Em determinado nível, não há nada que não nos seja comum.
Não precisamos de plena consciência para percebermos que, em sua maior parte, a história da humanidade vem sendo construída por experiências de...
Esses dias li um texto que falava sobre o grande equívoco que é a demonização do erro.
Pessoas com medo de errar não tentam.
Só erra quem vive, só erra quem se arrisca, só erra quem dá vazão ao caos que existe dentro de si.
Só erra quem é humilde o suficiente para começar coisas novas.
Em uma sociedade que nos grava a pele com os equívocos que cometemos, eu me curvo aos imperfeitos e silencio o meu julgamento. Não porque eu espero que sejam condescendentes comigo, mas porque eu tenho força para amar. Porque eu não preciso esperar por um mundo diferente, não preciso esperar que a mudança aconteça dentro do coração dos outros: eu posso construir já a tolerância, a compaixão e o respeito às histórias individuais.
O caminhar me ensinou que as pessoas simplesmente estão vivendo e estão sendo o que dão conta de ser. Ninguém faz nada contra nós. As pessoas simplesmente fazem, simplesmente são (ou estão) - afinal, não somos parte de todas as equações.
O que, nas ações do outro, nos ofende ou nos machuca faz...
Do que você está preenchido? ~ Permitam-me transitar
2021-08-03
Do que você está preenchido?
Por Talita Rebello.
a 10 de julho de 2021
Esses dias li um texto que falava sobre o grande equívoco que é a demonização do erro.
Pessoas com medo de errar não tentam.
Só erra quem vive, só erra quem se arrisca, só erra quem dá vazão ao caos que existe dentro de si.
Só erra quem é humilde o suficiente para começar coisas novas.
Em uma sociedade que nos grava a pele com os equívocos que cometemos, eu me curvo aos imperfeitos e silencio o meu julgamento. Não porque eu espero que sejam condescendentes comigo, mas porque eu tenho força para amar. Porque eu não preciso esperar por um mundo diferente, não preciso esperar que a mudança aconteça dentro do coração dos outros: eu posso construir já a tolerância, a compaixão e o respeito às histórias individuais.
O caminhar me ensinou que as pessoas simplesmente estão vivendo e estão sendo o que dão conta de ser. Ninguém faz nada contra nós. As pessoas simplesmente fazem, simplesmente são (ou estão) - afinal, não somos parte de todas as equações.
O que, nas ações do outro, nos ofende ou nos machuca faz parte da...
Acordei com algumas mensagens de Natal, votos de renascimento, de tempos melhores.
Mas eu só conseguia pensar no quanto Jesus foi um revolucionário. Um homem de carne e osso que caminhou mostrando às pessoas que, sim, podemos ser melhores. Mostrando que não existe nada que nos marque definitivamente: sempre podemos escolher uma nova estrada. Mostrando que algumas coisas não deixam de ser erradas, só porque todo mundo está fazendo – trazendo a responsabilidade pela transformação individual, por novos olhares para a as mesmas coisas.
Nem sei dizer o quanto eu gostaria de ter ouvido tudo isso direto daquela boca sorridente, enquanto caminhava ao seu lado, compartilhando sóis e luas, chuvas, fogueiras, alimentos, quiçá danças. Sim, eu o vejo dançando e sorrindo.
Hoje o dia caminha a passos lentos, mostrando como os meus pensamentos podem se conectar com o coração. Passo o dia em estado de graça.
Enquanto preparo os alimentos, enquanto coloco o melhor de mim em tudo o que toco, não deixo de pensar: como transcender onde estou, para chegar onde quero ir? Mais: como aplicar na vida todo o conhecimento que acumulei, se...
Sempre questionei, sempre fui sedenta por novos horizontes, novas possibilidades, novas habilidades.
Caminho sobre a Terra como se em busca de algo valioso a acrescentar para o espírito infinito que escolheu essa experiência como Talita.
Estou sempre à busca de tesouros e é esse o movimento que perfuma o que eu tenho de mais puro.
Antigamente, quem me via pela primeira vez tinha a impressão de estar conhecendo uma criança, um ser exposto, espontâneo e amoroso.
Às vezes eu sinto falta de mim.
O que eu ganho em discernimento, perco em espontaneidade.
O que eu ganho em conhecimento, perco em inocência.
Onde está a beleza, se não na verdade? Onde está a riqueza, se não no fruto das experiências, na sua mais profunda compreensão?
Não importa a direção que eu escolha, a estrada de tijolos amarelos sempre me leva às profundezas do meu ser, onde me ensina a amar profundamente as sombras.
Não é sobre o que a luz ilumina, é sobre o que ela esconde.
Há dois anos venho regando um lírio que nunca floresceu.
Lembro-me do dia em que o ganhei de presente.
Lembro-me do pequeno bulbo nas mãos da Carmen, envolto em um tule branco.
Plantei-o imediatamente.
Rapidamente brotou, surgiram lindas e longas folhas, que mais pareciam cachos.
Enfeitei o seu vaso, enriqueci a terra, mudei de posição.
Nada.
Por algum motivo, eu achava que ele estava ligado ao meu crescimento, que ele floresceria quando eu também florescesse. O que eu estava fazendo errado?
Até o dia em que tudo mudou e percebi que a única coisa errada era o meu ponto de vista.
Percebi: para mim, ele sempre foi um lírio, ainda que não estivesse suficientemente maduro (ou seguro) para desabrochar e oferecer flores. Sempre um lírio.
Talvez seja assim que o Criador me vê: puro potencial! Ele sabe quem sou e do que sou capaz.
Mesmo que, muitas vezes, eu seja apenas longos cachos que precisam de cuidados, em outros momentos sou a flor capaz de perfumar todos os ambientes.
Folhas largas, longas, carnudas. Um verde difícil de descrever.
Pura potência.
Ela ficou grande demais para o vaso em que estava e, depois de anos, decidi transferí-la a um vaso maior e deixá-la ao sol (ouvi dizer que as babosas adoram).
Suas raízes estavam crescendo em círculos, emaranhando-se em torno dos limites do vaso.
Coloquei-a em um vaso maior, no qual pudesse esticar suas raízes. Deixei-a do lado de fora da casa, para que pudesse sentir o sol, a chuva, os ventos. Para que pudesse conhecer os pássaros e as borboletas.
O resultado não foi o esperado.
Ela não reagiu com vivacidade.
Seu verde tornou-de lilás e suas folhas, sempre tão firmes, murcharam ao sol. Vi-me ali.
Quantas vezes a vida, por amor à evolução, moveu meu chão e eu pensei: jamais voltarei a ser a mesma (de fato, nunca mais fui).
Em vez de sentir o prazer da liberdade e a curiosidade pelo novo, senti-me sozinha e insegura.
O amor que me sustentou, sustenta, agora, a babosa.
Tempos difíceis nos permitem explorar as nossas fraquezas.
Quando não há distrações, quando não há para onde fugir, encarar as verdades por trás das aparências é obrigatório.
Podemos passar a vida observando as nossas águas rasas, falando sobre a linda paisagem espelhada em sua superfície, sobre os visitantes que nela se divertem no verão. Podemos falar sobre os invernos solitários, sobre as noites de tempestade, sobre o vento que sopra do norte, cobre a superfície de entulhos e turva a nossa visão.
Mas, um dia, inevitavelmente, teremos que mergulhar. Lá no fundo, onde não vemos reflexos externos, onde o vento, o inverno e verão não chegam, onde a única paisagem existente é a força que sustenta o nosso caminhar.
São águas escuras.
Descemos tateando os pilares que sustentam cada uma das nossas crenças e, veremos, não chegam ao fundo. Estão à deriva, enredados, apenas, nos nossos pensamentos.
O que guia o nosso caminho até o fundo são pilares mais simples e mais robustos, que jamais havíamos visto da superfície. Estavam eclipsados pela paisagem, pela euforia dos verões, pela solidão do inverno....
Minutos antes do nascer do sol do dia 26 de julho, Sirius retorna aos céus em todo o seu esplendor, abrindo o Portal de Leão e trazendo o ano novo para os Maias e para os Egípcios.
O dia que antecede o ano novo é chamado de Dia Fora do Tempo.
Tem esse nome porque não pertence ao passado, nem ao futuro: é um hiato no tempo.
Completamente fora da linearidade, um dia cheio de significado para os povos que estavam atentos aos céus, contavam as luas e eram guiados pelas estrelas.
No Dia Fora do Tempo, todos os potenciais e possibilidades dançam em torno de nós, exibindo-se e flertando com as nossas habilidades.
A minha Vó, minha primeira Maria, nasceu em 1920. Até casar - aos 16 anos - estudou em um colégio interno que ficava a quase 300 km da cidade em que moravam os pais. Duas vezes por ano o seu pai organizava uma comitiva para busca-la e leva-la para a escola. Iam a cavalo, entre cobras e jaguatiricas. Dormiam em pousos distribuídos ao longo do caminho, atravessavam rios, tomavam chuva (abençoada memória, aos quase 90 anos ela ainda lembrava de tudo: Rio Guaricanga, a Estalagem São Pedro). Com as freiras aprendeu a falar francês, a bordar e a tocar violino. Foi levada ao altar por um príncipe encantado, o grande amor da vida dela. Esse homem, com muito humor e muita delicadeza, terminou de criar essa adolescente que, nove meses depois, dava a luz à sua primeira filha. Ou seria mais uma de suas bonecas? Era tão linda, olhos tão azuis, tão pequena. Luiza. Não, Luizinha - e assim é em sua certidão de nascimento. Ficou viúva muito cedo, com quarenta e seis anos e doze filhos, dois epiléticos. ...
"A imagem do pai possui um poder extraordinário. Ela influencia a vida psíquica da criança de maneira tão forte que convém perguntar se podemos atribuir tal força mágica a um simples ser humano. Obviamente ele a possui, mas a questão é se ela realmente é sua propriedade. O homem “possui” muitas coisas que ele nunca adquiriu, mas herdou dos antepassados. Não nasceu tabula rasa, apenas nasceu inconsciente. Traz consigo sistemas organizados e que estão prontos a funcionar numa forma especificamente humana; e isto ele deve a milhões de anos de desenvolvimento humano."
Segundo ele, na mente (e nas células, na carga genética) de uma criança, coexistem o arquétipo de pai e a imagem do pai real.
Essas imagens vão se sobrepondo ao longo da vida (especialmente da infância). Ora o pai real ganha a batalha, ora perde.
Nós permanecemos a vida toda atados aos "acertos" e às "falhas" do pai real, que muitas vezes ficou longe do ideal. O relacionamento pai-filho acaba sendo tratado pela criança que mora dentro...
Em uma propaganda, ouvi: Nosso foco era o espaço, queríamos conquistá-lo, mas, quanto mais alto subíamos, mais bonita era a visão da Terra. Era o que havia de mais bonito para se ver lá de cima. De qualquer ângulo, a qualquer momento. Os mares, as nuvens, os continentes se iluminando com o cair da noite. Qualquer que seja a busca exterior, em algum momento, ela vai nos direcionar ao interior. Podemos adquirir todo tipo de conhecimento, mas, quando o calo aperta, não é a mente, mas o corpo emocional que toma a dianteira. O corpo que ficou sufocado. O corpo que abriga a criança que não foi capaz de compreender as experiências pela qual passou. O corpo que oculta o medo da rejeição, o medo do abandono, o medo da deslealdade. O corpo que abriga uma parte tão grande de nós, a ponto de parecer que não nos conhecemos quando observamos as nossas reações em situações de grande estresse. Acredite, ele é completamente capaz de eclipsar a racionalidade. Assim como a Terra, somos internamente ricos e podemos passar uma vida...
Hoje, ouvindo Mirabai Ceiba, fiquei com uma frase ecoando na cabeça: “theocean refuses no river... the open heartrefuses no partof me, no partofyou...”
Por motivos que não nos recordamos, desejamos evoluir em um universo de terceira dimensão (em que todos parecemos desconectados uns dos outros) e dotado de livre arbítrio.
Mas, apesar de tudo aqui se mostrar polarizado (dual), todas as experiências são permitidas.
O que enxergamos como certo e errado são asas do mesmo pássaro, ou seja, ambos os polos fazem parte de uma única energia.
Então, por força da nossa consciência limitada, seguimos a vida perseguindo um modelo ideal de comportamento (que nos é passado geneticamente, durante a formação da personalidade e de acordo com a sociedade em que vivemos), ao mesmo tempo em que julgamos e condenamos comportamentos que nos parecem inadequados.
Mas, se o Criador deseja se experimentar através da evolução da criação em um universo de...
Um puro 4. Eu associei aos quatro elementos, à base da pirâmide e senti vontade de me conectar com a Terra. Deitei na grama e comecei a ouvir cigarras cantando, como se fosse primavera. A amoreira também está frutificando novamente e os pernilongos reapareceram. Parecia-me que algo na natureza não havia dado lugar ao outono e em vez de "morrer", percebeu ser o momento propício para uma injeção de força vital. Quando a mente desistiu de compreender o ritmo da natureza e o corpo começou a pesar no chão, sentindo a força da gravidade colá-lo ao corpo do planeta, senti-o enraizar e, ao mesmo tempo, brotar. As raízes cresciam em sintonia absoluta com o pequeno caule que se formava. Algo me tirou do transe. Era uma árvore, a mais alta do bosque ao lado. Foi como se, por um instante, trocássemos de lugar e, do alto da copa, eu pudesse ver o meu corpo deitado no gramado. Quando voltei a fechar os olhos recebi uma sequência de imagens. A primeira foi...
Existe uma frase de Osho que, volta e meia, vem à minha mente:
“As pessoas primitivas têm algo em comum com as crianças pequenas. São alegres, espontâneas e naturais, mas totalmente inconscientes daquilo que são. Para que possam amadurecer, primeiro elas têm que perder toda a sua espontaneidade, tornar-se civilizadas, educadas e desenvolver uma cultura, uma civilização, uma religião. Precisam esquecer completamente sua essência para que um dia sintam falta dela.”
Lembro dela cada vez que alguém se espanta com a minha espontaneidade.
Lembro dela cada vez que cruzo com um triste homem sério.
Lembro dela cada vez que alguém sente dificuldade em receber ou oferecer amor.
Apesar de eu não me encaixar perfeitamente nela – porque nunca me senti realmente distante da essência–, de alguma maneira ela explicita uma busca necessária por maturidade que, para ter verdadeiro valor e utilidade, precisa prever um retorno a si mesmo em forma de respeito a tudo que se é (e não a tudo que se...
Existe um conjunto de atributos, existe um conjunto de experiências, existe um conjunto de planos.Disseram-nos que eles nos definem.
Vou contar como acontece.
Eu não aprendi a confiar em um relacionamento, não aprendi a ser leal. Esse modelo não existiu na minha vida.
Esse era o modelo: seja independente, autossuficiente, você é inteligente...e já que ninguém fica para sempre, pelo menos esteja livre para ir.
Experimentei a volatilidade das relações e a traição muito cedo. Ela se tornou uma constante e sempre provava a mim a sua existência, estava sempre à espreita.
Eu nunca fui boa o suficiente para não ser traída. Mas, juro que me esforcei.
Não conseguia compreender que força era essa que nos fazia desejar ter relacionamentos, já que eles eram completamente doentios (não lembro de ter conhecido nenhum sadio). O que era que nos impelia aquerer estar com alguém que nos fazia sentir intranquilos, incapazes de respirar?
Tem um mamoeiro no quintal. Eu o vi brotar, crescer e frutificar. Certo dia, uma geada forte queimou todas as suas folhas. Com a minha brilhante mente racional, pensei: não poderá mais fazer fotossíntese, por certo que esse foi o seu fim. Mas a natureza que fervilhava dentro dele, fez romper a sua pele em oito pontos. Oito brotos em locais pouco prováveis, que se tornaram oito novos galhos, distribuídos em todo o comprimento do caule. Produz oito vezes mais mamões e, agora, na altura das mãos. Quem diria, uma aparente morte dando surgimento à uma efervescência de vida. Lembrei-me, hoje, da quase morte do mamoeiro, quando senti desaparecer parte da minha consciência depois de um esforço físico leve. Sentei-me ao lado do mamoeiro para tentar absorver a inteligência da renovação, para sentir a energia da vida fluindo sem medo e sem economia. Antes mesmo de colocar os olhos na árvore, percebi que o jardim havia me preparado uma nova lição. Uma borboleta segurando-se firmemente ao casulo do qual havia saído. Talvez ela não soubesse que depois de...
Neste dia em que a energia coletiva dá legalidade à vulnerabilidade, desejo me conectar profundamente com o tesouro que reside dentro de mim. Esse cristal que permanece intacto, que guarda a memória da divindade que Eu Sou e que dá passagem ao santo ser Crístico, hoje, reverbera em nossos olhares, em nossas famílias, em nossas mesas. Hoje, derrubamos as barreiras que nos impedem de dar e receber amor. Hoje, relevamos as desavenças e perdoamos as ofensas. Hoje, desejamos abraçar (ainda que com palavras) quem é incapaz de se mover em direção a nós. Hoje, nós transbordamos, nós oferecemos mais do que temos, nós nos movimentamos mais do que achávamos ser capazes. Natal deixou de ser substantivo, para nascer em nossos corações como verbo, impelindo-nos a agir em relação ao que nos é mais valioso (e vivemos a negligenciar): os nossos relacionamentos. Hoje, eles são a nossa prioridade. Movemos montanhas e percorremos distâncias inacreditáveis para dividirmos a mesa com quem nos é mais caro. Manifestamos o melhor da nossa humanidade. Silencie, observe e sinta essa energia, para que seja capaz de reconhecê-la e ativá-la...
Ouvi, uma vez, a explicação de uma mulher árabe sobre o motivo pelo qual ela usava roupas largas e cobria os cabelos para sair de casa.
Para a minha surpresa – e, naquele momento, deixando de lado as minhas percepções acerca do condicionamento social -, a resposta dela em nada se aproximou dos conceitos de limitação do universo feminino ou de submissão.
Ela simplesmente disse que guardava o seu melhor, a sua beleza e a sua completa exposição para quem partilhava o mesmo teto que ela.
Essa inesperada resposta reverberou profundamente e longamente em mim, trazendo à consciência a incoerência entre a nossa postura dentro e a nossa postura fora de casa: são completamente invertidas.
Sinto que, antes de encarnarmos, escolhermos a dedo os aprendizados e os vínculos que teremos. Por certo que as lições das quais não podemos fugir nos são apresentadas por meio dos vínculos mais firmes, como os familiares.
Assim, ainda que fisicamente afastados, permanecemos energeticamente vinculados ao grupo familiar e aos aprendizados que ele reserva.
Ouvindo uma banda que eu amo, Sleeping at Last, a seguinte frase saltou aos meus ouvidos:
“Show me where my armour ends
(Mostre-me onde a minha armadura termina)
Show me where my skin begins”
(Mostre-me onde a minha pele começa)
Toda a nossa reatividade é uma armadura.
Toda a nossa insegurança é uma armadura.
Todos os nossos complexos são uma armadura.
Toda a nossa agressividade é uma armadura.
Até mesmo o nosso excesso de prestatividade pode ser uma armadura.
O que estamos querendo proteger? O que é isso que o ego tenta, incessantemente, manter oculto? Qual é a dor que estamos evitando a todo custo? As pessoas são confiáveis? Será que eu suportaria, novamente, a dor da decepção?
Em vez de, simplesmente, reconhecermos que somos vulneráveis e que desejamos ardentemente amar e ser amados, preferimos carregar o peso da armadura.
Sofremos por medo de sofrer.
Relacionamento após relacionamento, zero conexão. Insegurança, ansiedade, exigências, reivindicações, garantias.
Conheço a sequência, conheço todas as palavras. Até faço as minhas próprias complementações.
Uma frase em especial faz o meu corpo todo vibrar:
“que somente a verdade encontre acesso em todo o meu ser”
Diz, literalmente, que eu esteja em condições internas de atrair a verdade, de compreendê-la e de externalizá-la. Que ela passe por mim e siga o seu caminho legítimo sem ser corrompida.
Assim como a água, a energia segue o caminho da menor resistência. O que chega até nós foi atraído por sintonia fina. Vibração compatível.
Isso é muito forte. É um trabalho diário e é o trabalho de uma vida toda.
Em nós desembocam rios caudalosos. Somos o gargalo de toda a nossa ancestralidade, de toda a nossa carga genética, de vidas e mais vidas. Milhares delas. Todas convivendo em nós.
Também somos produto da criação que tivemos e dos ambientes que frequentamos.
Afinal, o que é nosso? O que sobra de nós, se não formos as bagagens, as histórias, as dores, nem...
Sempre nos questionamos sobre o nosso propósito de vida. Há muito por trás disso. Estamos em um planeta relativamente distante do centro da Galáxia. Um orbe azul que dança em torno de uma estrela na extremidade de um dos braços da Via Láctea. Vivemos em um planeta que, ainda, experimenta a terceira dimensão. A densidade opera sob muitas leis. Somos bilhões de seres vivos e outros bilhões de seres astrais interagindo incessantemente. Estamos todos conectados e somos interdependentes. Ao mesmo tempo em que temos a sensação de que operamos na individualidade, também somos células de um imenso organismo. O planeta vive e nós pulsamos com ele. Com ela... Ela que nos desejou, que nos idealizou e nos nutriu. Ela que nos mantém sob sua guarda. Ela que floresce e frutifica. Ela que fornece condições para a mais ampla diversidade. Ela que é terra, que é ar, que é água... Ela que é fogo. O que seria do norte sem a vastidão de terra que leva a nossa imaginação através das Américas, até sentirmos o ar gelado do polo norte? O que seria do sul...
Esses dias, em uma palestra, ouvi pela décima vez a metáfora dos pedreiros. Vou conta-la para vocês:
Uma vez um viajante, percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação do que parecia ser um importante projeto. O viajante aproximou-se curioso.
Perguntou ao primeiro deles o que estava fazendo. Estou quebrando pedras, não vê? Respondeu o pedreiro. Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas eu não suporto mais este trabalho, concluiu.
Mal satisfeito, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta.
Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.
O viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: O que está você fazendo?
Este respondeu: Estou construindo uma Catedral!
Todos estavam fazendo a mesma coisa, apenas tinham em mente propósitos...
Partindo da premissa que vivemos em um universo de amor, quais seriam os objetivos de processos encarnatórios seguidos de recorrentes amnésias? Por que não nos lembramos do que foi vivido? Mais: por que algumas linhas do tempo são trazidas para iluminação? Certa vez eu falei para uma amiga: "seria mais fácil se nos lembrássemos das falhas e dos acertos de outras vidas, identificaríamos os nossos padrões de comportamento destrutivos muito mais rápido". Ela respondeu: "Tali, é sempre repeteco! Seguimos reverberando os mesmos padrões de conduta, é só observar". De início isso me deixou ressabiada, mas com o tempo foi tomando viés de "verdade". Existe uma dança de energias e papeis que se desenrola em nossas vidas. Pessoas, lugares, experiências, desequilíbrios. Tudo é, apenas, enredo para que nos relacionemos, vida após vida, em busca de mais consciência e mais lucidez, até que nos seja possível dissolver em amor. O tão falado carma não é, portanto, castigo; mas somente a garantia de uma nova oportunidade de expansão de consciência, de refazer um exercício cujo resultado anterior não consideramos satisfatório, de reconhecer...
Releitura - Chegou a hora de entrar em erupção. ~ Talita Rebello.
2019-05-23
Releitura - Chegou a hora de entrar em erupção.
Por Talita Rebello.
22 de maio de 2019
.
Talita Rebello, Fala-se muito sobre ser verdadeiro e transparente. Justifica-se falando sobre a posição do sistema solar na Via Láctea, sobre a onda fotônica, sobre o pulso galáctico, sobre a Ressonância Schumann, sobre conjunção planetária, sobre o salto de consciência e a onda de despertar em massa, entre outros. São apenas gatilhos. No fundo é puro amor. Esse é o desejo e esse é o plano do Criador, que já está acontecendo de fora para dentro. E nós estamos aqui para garantir que o desejo do Criador também se manifeste de dentro para fora; para que, então, essas forças se encontrem e se potencializem. A sinergia entre o desejo do Criador e o livre arbítrio do ser humano... não há força mais poderosa que essa. O amor do Criador por sua criação. O amor do ser humano por si próprio. O Criador sempre cumpriu com a sua parte nesse pacto. Como, então, ativar a parte que nos compete? Como fazer com que o nosso campo toque e sinta o campo do Criador? Precisamos sutilizar,...
O que é verdadeiramente nosso? Objetos? Pessoas? Dinheiro? Imagem? Nada disso é verdadeiramente nosso, mas as experiências fruto desses relacionamentos, essas são verdadeiramente nossas. A forma com que eu me aproprio do que é, hoje, meu. A forma com que eu reconheço o meu lugar no mundo. A forma com que eu reconheço os seres que me acompanham de perto na jornada e aprendo a vê-los como espelhos, honrando a proposta de vida com a qual nos comprometemos. A forma com que eu respeito o meu corpo e desejo vê-lo saudável, livre e desbloqueado. Por meio do nosso olhar, da nossa observação, tudo o que um dia nos pareceu mundano torna-se sagrado. A minha casa não irá comigo quando eu deixar a Terra, mas, enquanto eu estiver lá, ela será amada e honrada. Cada elemental que faz parte das suas paredes, cada planta que surge espontaneamente em seu solo, cada pássaro que, no verão, divide a piscina com os meus filhos. Aquele lugar será melhor depois da minha passagem por ele. O meu corpo não irá comigo quando eu deixar...
Como enxergar algo que rejeitamos, reprimimos e arquivamos no inconsciente?
Qual seria a melhor maneira de começarmos essa investigação?
Não me vem outra resposta, senão a observação do próprio corpo, que é um instrumento fantástico e cheio de respostas.
Pode-se ignorar ou reprimir uma emoção (aliás, fazemos isso o tempo todo). Mas não se pode negligenciar uma manifestação física, incômoda e dolorosa.
Ou seja, se não formos capazes de perceber o corpo emocional, então no físico será mais visível.
A ideia é que, de alguma maneira, percebamos o processo. Não se trata de castigo, trata-se de serviço. Trata-se da parcela que concordamos em elevar, em curar, em transmutar.
Apesar de não ser possível generalizar, podemos, pelo menos, começar a nossa investigação pessoal pelas faixas do corpo em que os desequilíbrios se manifestam, relacionando-as aos chakras correspondentes.
Conectem-se com o corpo e sintam: “o que não vai bem?”
Bruno Gimenes, autor do livro Fitoenergética, nos dá um caminho pelo qual começar:
Há alguns anos, em uma reunião, um ser se dirigiu até mim e disse: “como pode, uma mulher que inspira tantas outras, mais velhas, mais novas, fragmentada desse jeito?”
Não é possível contar o número de vezes que voltei a esse momento. Busquei incessantemente os pedaços que faltavam em mim.
Revirei a minha história em busca das Talitas que havia deixado para trás, convidando-as a seguirem o caminho comigo.
Acessei cada trauma, cada dor, cada arrependimento, cada sonho não realizado. Colei os cacos e senti:
- Essas dores não são mais minhas; esses sonhos não são mais meus. Por que, então arrastá-los comigo?
Não estava li a resposta que eu buscava.
Até que, então, a fragmentação se apresentou com outra face: a da repressão.
Eu, reprimida? Não parecia possível, mas segui aberta à compreensão dos conceitos.
Para a psicanálise, o conceito de repressão seria:
“Mecanismo mental inconsciente, pelo qual as ideias ou os impulsosindesejáveis e inaceitáveis para a consciência são suprimidos por ela e impedidos de entrar no...
Li esses dias que não há limites para o desvelar de uma alma.
Isso sempre foi muito claro para mim. Profundamente curiosa (ou curiosamente profunda).
É sempre possível ir mais fundo. É sempre possível compreender mais.
Hoje é um dia que me traz profundas reflexões. As minhas lembranças fervilham a ponto de me catapultarem constantemente do momento presente.
Apesar de me sentir bastante constrangida em dizer isso, mas em homenagem à minha verdade, posso afirmar que, durante esses 38 anos de vida, grande parte das minhas memórias mais dolorosas de agressão não envolvem homens (elas existem, mas não são tão dolorosas).
Bullying na escola – não era um menino. Agressão física – não era um menino. Críticas maldosas e julgamentos – não era um menino. Inferiorização – não era um menino.
Em algum ponto dessa história eu escolhi não reverberar mais esse corpo de dor e desejei ter relacionamentos de valor. Precisei encontrar o meu próprio valor e me relacionar comigo.
Tomei decisões difíceis, até mesmo incompreensíveis. A dor era tão lancinante, que...
Todos desejamos ver mudanças. Alguns de nós desejam até mesmo promovê-las, mas nos faltam instrumentos.
Não sabemos exatamente o que fazer. Sentimo-nos ignorantes frente aos mistérios da manifestação.
Como tudo o que há, isso também tem uma razão de ser. A tão almejada liberdade para ser, para criar, para manifestar, é (e só pode ser) fruto de uma profunda lapidação interna.
Estamos em uma escola, na qual o tempo – do qual tanto reclamamos – é nosso parceiro. Ele nos concede a graça de podermos nos arrepender dos nossos desejos, tantas vezes fundados no ego e nos instintos.
Imaginem como seria se todos os nossos desejos tivessem sido realizados? Quantos deles teriam por base a vontade verdadeira da nossa alma e quantos teriam por base a nossa criança pirracenta, os desejos do nosso eu inferior?
Isso significa que tudo o que existe em nossas vidas é fruto de muita disciplina, de muita sustentação energética – consciente ou inconsciente (via de regra inconsciente, criações do ego para justificar as crenças limitantes que permeiam a nossa...
Todos aqui já ouvimos a expressão: “a era dos gurus chegou ao fim”.
Isso significa que a energia que está acessando o planeta está movimentando as pessoas de tal forma, que não é mais possível não se responsabilizar pelo próprio caminho.
Durante anos consumimos literatura, cursos, workshops, terapias. Reflitam: quais deles trouxeram resultados práticos na vida de vocês? O que trouxe uma mudança verdadeira de hábitos? Quais dons despertaram e movimentaram?
Acredito que poucos. A nossa sede era passiva. Queríamos encher os nossos copos.
Eis que Marte se aproxima e exige movimento, agilidade. Traz consigo o elemento fogo e a energia masculina.
Era o empurrão que estávamos precisando.
E Marte nos diz: só fará sentido o que for fruto de genuína experiência e nos proporcionar verdadeiras tomadas de consciência, efetivamente alterando os nossos padrões de conduta. Tudo haverá que se converter em prática.
Lembra-nos dos atributos do raio azul: a pró-atividade, a liderança, a coragem, o ímpeto, a realização da vontade divina, a concretização.
Seja a melhor célula do seu sistema! ~ Talita Rebello.
2019-01-27
Seja a melhor célula do seu sistema!
Por Talita Rebello.
25 de janeiro de 2019.
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Certo dia, por algum motivo, células do endométrio chegaram à cavidade abdominal.
As células locais as identificaram: eram antígenos! Células estranhas, invasoras.
A resposta do sistema imune foi imediata. Os macrófagos iniciaram o seu trabalho de eliminá-las completamente.
Alguns organismos, por razões desconhecidas, acabariam por poupá-las e acolhê-las, o que, a longo prazo, poderia incapacitar o útero, o órgão que lhes deu origem, por conta de uma endometriose.
Uma célula uterina não encontra função fora de seu ambiente. Além de não estar cumprindo a sua função de forma adequada, está trazendo desequilíbrio.
Cada órgão, cada célula, exerce uma função especial e indispensável ao todo. A sua forma de trabalhar em conjunto é, exatamente, dar o seu melhor onde está, fazendo o que sabe fazer melhor.
Assim como é no grande, é no pequeno. Assim como é em cima, é embaixo. Assim como é dentro, é fora. Lei Hermética da Correspondência.
Na Bíblia é possível encontrar analogia similar em Coríntios 12:
Reúnem-se, aqui, almas com as quais temos nos relacionado por muitas vidas.
Almas que foram atraídas para este movimento sem saber o porquê e sem questioná-lo.
Apenas vieram e se entregaram.
Entrega é o maior salto que pode ser dado por um ser humano e nós nos curvamos a cada um de vocês por isso.
Vemos cada um ocupando lindamente o seu lugar, movimentando a sua divindade com doçura entre os demais, respeitando, honrando e sustentando as energias que se colocam a nossa disposição a cada encontro.
Aqui não somos homens, nem mulheres. Não temos idade, nem corpo. Talvez assim também seja o Criador.
Dentro da natural limitação imposta pela realidade que escolhemos experimentar, casa tribo o compreendeu de uma forma e cada religião o descreveu de uma maneira.
Grande parte de nós, provenientes de famílias católicas, recebeu em seus registros a imagem de um Deus Pai. Rígido, dominador, punidor, controlador, autoritário.
O meu pai não é assim. Existe, nele, uma incansável disposição em me ver feliz e o...
Experimentei o amargo e o doce de mim. Experimentei o gosto do meu próprio julgamento. Experimentei a submissão ao poder que eu dei a algumas pessoas.
Mas, sem dúvidas, a maior experiência foi com o medo.
Pude perceber o incrível potencial de criação dos meus medos.
Sim, eu os vi de frente mais uma vez. Especialmente, o medo de repetir o passado e o medo de perpetuar padrões sistêmicos. Ele havia colocado importante parte de mim para dormir: algo em mim não parecia vivo.
Fragmentação. Desfragmentação.
Também foi um ano de reencontros. Muitas eras dispostas a convergir, a resolver, a transmutar e a somar.
Limpezas amorosas por meio da construção de novas relações, de novos laços.
Tive a sorte e a honra de conviver com pessoas abertas à expansão, dispostas a enfrentar as próprias verdades, dando precioso espaço para o Universo trabalhar.
Lemanjá e as águas das nossas emoções ~ Talita Rebello.
2018-12-22
Lemanjá e as águas das nossas emoções.
Por Talita Rebello.
6 de dezembro de 2018.
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Ouvi, esses dias, uma definição grega para a felicidade: um momento que você não deseja que acabe.
Os momentos que aqui vivemos passam a fazer parte de nós. Onde quer que estejamos, somos as flores e somos o fogo. Perfumamos e aquecemos. Embelezamos e transmutamos.
Aqui, nós experimentamos o prazer do compartilhar, o prazer do conectar, o prazer do acolher.
Mais que isso, comprovamos que a nossa força não está na nossa capacidade de construir muros em torno das nossas vergonhas e das nossas fraquezas; mas, sim, na aceitação da vulnerabilidade – inerente a todos os seres humanos.
Quando deixamos, do lado de fora da porta, os nossos sapatos, derrubamos também as nossas máscaras e abandonamos os nossos personagens. Então, nesta sala, damos o primeiro passo em direção à nossa verdade, encarando essa mandala florida e iluminada.
Fica claro, as vergonhas e os desequilíbrios que tanto escondemos (e que tanto nos isolam) são, apenas, parte do enredo.
Enredo que nos permite conhecer a fundo as dores e os pavores...
O canto especial da Irmandade nos traz de novo ao nosso ponto de partida: Jesus e Maria Madalena – que são, para nós, a representação mais familiar do equilíbrio divino. Muitos de nós – senão todos – partilhamos experiências naqueles tempos. Ouvimos, extasiados, a boa nova. Dançamos em torno do fogo. Repartimos o pão. Também fomos perseguidos, sentimos medo, questionamos. Retornamos muitas vezes, sempre firmados nos mesmos propósitos: a libertação, o direito à plenitude, a manifestação do amor. Nós assumimos o compromisso de elevar a raça humana por meio de cada corpo que aqui utilizamos. Foi um longo caminho. Certa vez, em prantos, eu pedi a Jesus que colocasse em minha mente o olhar amoroso que, naqueles tempos, me resgatou de uma vida sem sentido. Ele, então, disse: “esse olhar, hoje, é o seu”. Percebam, hoje, nós somos a boa nova. Ela é viva e se manifesta. Ela pulsa. Desde que mergulhamos na densidade, após a queda da Atlântida, talvez seja a primeira existência em que podemos nos reunir e nos manifestar livremente; em que estamos todos a serviço...
Minha mãe costuma dizer que eu fui o pior menino da casa. E olha que a família é grande. Eu nunca fui uma criança ruim ou maldosa. Eu era apenas agitada. A quantidade de energia que eu recebia e irradiava era muito maior que eu. Por segurança, eu fui muito podada. O mundo era perigoso demais. As pessoas não eram confiáveis. Quando eu engravidei da Maria Júlia, eu já estava ciente de que a comunicação entre a mãe e o feto acontecia por diversos meios. Então, eu conversava com ela e passava o dia acariciando a barriga. Ela nasceu. Ainda que todos a tratassem como um bebê, eu jamais o fiz. Eu sabia da grandiosidade daquela alma e eu a respeitava profundamente. Então, eu continuei a conversar com ela e a explicar tudo que estava acontecendo, tudo o que iríamos fazer. Com o Felipe foi a mesma coisa. Eu nunca usei de subterfúgios para fazê-los obedecer. Eu nunca os disse que ser obediente era requisito de bondade. Eu nunca coloquei em dúvida o merecimento, nunca os fiz duvidar da...
Há um ano eu estive presente em um encontro com o querido Diogo Beltrame. Falávamos sobre as relações e ele - com muita simplicidade e propriedade - disse: o magnetismo é a força mais poderosa que existe. Ele é o que é. Pessoas que vibram na mesma frequência são atraídas, pessoas que vibram em frequências diferentes são repelidas. Ponto. Esse é o fluxo natural. Nesse momento pensei no meu casamento. Eu havia enveredado por um caminho de busca muito profundo, enquanto o Fabiano apenas assistia e continuava a sua vida normalmente - vez ou outra me acompanhando em algumas meditações (creio eu que apenas para ver onde eu estava me enfiando e para avaliar o meu grau de insanidade). Minha vida mudou drasticamente. Meu olhar mudou. Meus hábitos mudaram. Meus gostos mudaram. Meus amigos mudaram (alguns mudaram comigo! <3). Meus interesses mudaram. Eu assumi o risco do magnetismo me afastar da materialidade, lugar onde morava o meu amado. Triatleta, administrador, marceneiro, pedreiro, eletricista, mecânico, São Tomé. Aquele desejo profundo da minha essência era irresistível. Ela sabia para onde queria...
Ano passado, aparentemente de repente, eu me vi em uma situação de profundo abandono. Autoabandono.
Eu não estava dando a mim mesma o amor que eu devia. Isso quase fez tudo desmoronar à minha volta. Mas, felizmente, quem desmoronou fui eu.
Resolvi que precisava passar alguns dias sozinha e fui para a Chapada dos Veadeiros. Acabei ficando no retiro do Prem Baba, mesmo sem ter conexão nenhuma com o trabalho dele e não ressoar com a tradição Sachcha.
No primeiro Satsang que eu assisti, ele abriu um dos papéis com perguntas e nele estava escrito: “Baba, é errado eu ter namorado e sentir atração por outra pessoa?”
Ele, rindo muito, disse: “Está querendo a permissão do papai, né?”
Quando os ânimos se acalmaram ele respondeu: “Errado, no sentido de pecado, não é. Mas é, no mínimo, autossabotagem. Você está sabotando a sua felicidade, colocando os seus objetivos em caminhos distintos, caminhos opostos que não se encontram jamais. Você nunca será feliz.”
Eu confesso que eu demorei bastante tempo para compreender a profundidade...
Eu sempre fui a favor de mergulhar nos sentimentos, de viver com intensidade os amores e as dores. Já que tudo passa, então que seja imediatamente vivido. De repente isso tudo não faz mais tanto sentido. Sinto, hoje, que essa ânsia por experiências faz com que nenhuma delas seja realmente compreendida. Surgem estímulos e mais estímulos, mas nenhum é exaurido. Deixamos portas entreabertas, coisas e sentimentos mal resolvidos. Deixamos o nosso foco voltado para fora, para o que estamos recebendo, reivindicando do outro que nos proveja com o que sequer oferecemos. Acabamos perdendo o contato com o real significado da existência e nos tornamos inconscientes, reativos, sem responsabilidade. Bombardeamos Gaia com as nossas emoções. Bombardeamos a grade. Bombardeamos uns aos outros. Tornamo-nos obstáculos. Tornamo-nos resistência. Tornamo-nos rigidez. Faz-se necessário darmos um passo para trás em todas as situações que estamos vivendo. Precisamos fazer isso já, não há mais tempo. É preciso que nos desliguemos emocionalmente das situações para encontrarmos o tão falado caminho do meio, para encontrarmos o nosso ponto de responsabilidade, para conhecermos a nós mesmos profundamente: precisamos ser o nosso próprio eixo e precisamos conhecer...
Eu sempre tive os olhos voltados para as estrelas.
Havia alguma coisa minha lá em cima, alguma coisa muito querida, muito cara. Havia, lá, alguma coisa que ultrapassava todos os valores e toda a lógica que eu conhecia.
Era mais um sentimento, que uma curiosidade sobre astronomia.
Um êxtase, uma atração incontrolável, não raro, seguida de lágrimas.
Então, certa vez eu pedi que me fosse permitido sentir a energia que harmoniza o Universo, que rege os planetas, que orquestra esse organismo. Enquanto eu me concentrava e respirava, o meu corpo foi desaparecendo. Quando eu inflava os pulmões, estrelas e planetas se movimentavam em expansão. Quando eu expirava, eles se aproximavam lentamente.
Eu era o próprio Universo. Ele estava todo dentro de mim.
Um momento de profunda conexão. Intraduzível.
O que me encantava na escuridão da noite, era eu mesma.
Era a curiosidade e o medo da minha própria imensidão. Era o receio de ver as minhas verdades absolutas e a minha intolerância se desmancharem em uma vastidão de possibilidades. Era o pavor de...
Estamos imersos em uma realidade em que tudo parece compartimentado e polarizado.
É como se houvesse um ponto de atração em cada área da nossa vida, em cada sistema em que estamos imersos, com o fim de nos manter coesos. Pertencemos a eles sempre que nos identificamos com eles.
Defendemos religiões, ideias e pontos de vista. Agarramo-nos a verdades em busca de uma falsa sensação de segurança. Julgamos as percepções e crenças alheias, como se a experiência vivida pelo outro fosse capaz de invalidar as nossas próprias.
Somos incapazes de ler ou ouvir sem procurar pontos de divergência ou brechas para iniciar a nossa contraposição intelectual e verborrágica. Somos discordantes natos!
Esquecemos que o preto e o branco são extremidades da mesma coisa, assim como o são o claro e o escuro, o bom e o mau, o quente e o frio. Entre um polo e o outro, ligando-os, existe um imenso espectro de cores, dimensões e possibilidades – ressalte-se, todos divinos.
Nenhuma experiência e nenhum caminho são inválidos. Nenhuma experiência e nenhum caminho são errados. Nenhuma experiência e nenhum caminho são eternos.
Ontem, lavando a louça, eu revi todos os processos na minha mente.
Os sabões são feitos a partir de gordura (animal ou vegetal). O que transforma a gordura em um produto diferente é a soda cáustica (basicamente esses são os dois componentes dos sabões). A soda cáustica tira a gordura da zona de conforto e, com um pouco de movimento, transforma-a em algo completamente diferente.
Há dois processos básicos: o processo a frio (mais lento, de dentro pra fora) e o processo a quente (mais rápido, de fora pra dentro, com a utilização de um agente externo que eleva subitamente a temperatura). Ambos os processos precisam de um período de cura, para que o excesso de água seja eliminado, permanecendo, apenas, o que é necessário.
Alguma semelhança entre o aprendizado pelo amor e o aprendizado pela dor?
Mais que isso, após a transformação, a gordura se transforma em um desengordurante. Algo capaz de arrastar consigo o que ele, antes, era.
Relacionamentos e hortas têm tudo a ver. Quando você escolhe as plantas que deseja ter em uma horta, precisa dedicar um pouco do seu tempo e da sua atenção para conhecê-las melhor. Deve pesquisar em que tipo de terra elas se desenvolvem melhor, se gostam de sol, quantas vezes por semana precisam ser regadas, com quais outras plantas se relacionam bem, a que tipo de pragas estão sujeitas e de que forma pode ajudar a superá-las, se os frutos devem ser colhidos ainda verdes (para que finalizem o processo de amadurecimento com a sua ajuda) e assim por diante. Não existe a mínima possibilidade de agir contra a natureza delas. Faltou água, elas morrem. Excesso de sol, elas morrem. Colhe o fruto antes da hora, ele perece. Assim são as pessoas. Ainda que consigam se adaptar, ainda que se permitam ceder em alguns pontos, passou do limite, perdem o viço, perdem a graça, tornam-se desinteressantes. Em um relacionamento você precisa colocar a sua atenção verdadeira no outro e compreendê-lo, aceitá-lo, acolhê-lo. Jamais possuí-lo, controlá-lo, inferiorizá-lo. Precisa saber o que move o seu parceiro e ajudá-lo a...
As plantas são uma das minhas grandes paixões. Eu sempre fui adepta da menor interferência, sempre gostei da espontaneidade (nas pessoas e na natureza). Gosto de observar o que nasce “sozinho”, as plantas que brotam na composteira e as surgem pelos cantinhos. Estou certa de que isso tem relação com o respeito que eu tenho à minha essência e com o compromisso de abrir mão do controle (tentar controlar ou deixar ser controlada). Dizem os índios: as ervas que nascem no seu quintal, são a sua cura. Vejam como é lindo: a conexão que criamos com o pedaço de terra que nos abriga, é capaz de despertar o banco genético conforme a nossa necessidade. O propósito do Reino Vegetal é servir. Curar o nosso corpo físico, aliviar o nosso corpo mental, elevar a vibração do nosso campo espiritual. As plantas ativam todos os nossos sentidos, toda a nossa sensibilidade: é só conversar com o alecrim que ele nos perfuma. Aí sábado conheci o Mago Jardineiro. Ademar Brasileiro. Com uma tesoura de poda na mão, um sorriso imenso no rosto e um relacionamento de trinta anos com...
Para chegar a Deus, há que se aprender a ser humano. ~ Talita Rebello
2018-07-06
Para chegar a Deus, há que se aprender a ser humano.
Por Talita Rebello
12 de junho de 2018
Já me disseram algumas vezes que eu jamais deveria escrever sobre as minhas falhas, porque senão eu perderia totalmente a credibilidade. Esse conselho fervilhou em mim por muito tempo e eu lembrei dele todas as vezes em que eu expressei a minha dor e os meus processos em público. Mas por quê? Perder a credibilidade não era algo que me preocupasse. Eu nunca desejei ser vista como um objetivo a ser perseguido, nem como alguém que pudesse resolver os problemas alheios. Eu sou apenas alguém que está, de fato, olhando para a própria vida e buscando, a todo momento, a autorresponsabilidade. Espero, apenas, servir como um instrumento de encorajamento. Ouvi, em uma música, a seguinte frase: “para se chegar a Deus, há que se aprender a ser humano”. Expor a minha humanidade é mais forte que eu – e me conectar com a humanidade do outro é algo que me encanta. Muitas pessoas falam sobre Jung, sobre Freud, sobre Prem Baba, sobre Buda, sobre Jesus. Muitas pessoas falam sobre a vida dos outros (seja para honrar, seja para criticar). Gostaria...
Começo com Maria Madalena: Eu gostaria que você tivesse uma compreensão do seu parceiro, especialmente para entender a dor específica do sexo oposto. A ferida ou a dor são diferentes nos homens e nas mulheres. Os homens tornaram-se estranhos ao seu próprio lado sentimental, sua própria natureza feminina. Eles anseiam por uma conexão verdadeira. E as mulheres precisam se conectar com seu próprio poder e autoestima novamente. Os homens podem ajudar as mulheres a fazer isto, mostrando-lhes a verdadeira beleza e força delas. As mulheres podem ajudar os homens, perdoando-os e assumindo a responsabilidade por si mesmas. Pode haver uma interação tão bonita entre homens e mulheres! Embora o caminho espiritual consista basicamente em curar a si mesmo, está na hora de darem-se as mãos para construírem pontes entre homens e mulheres. Ao terem verdadeira compaixão e compreensão um pelo outro, vocês também curam verdadeiramente a si próprios. Vocês se elevam acima da velha batalha e, permitem que a área da sexualidade volte a ser uma área de alegria e companheirismo. (...) Homens e mulheres estão realmente procurando restabelecer a conexão verdadeira uns com os outros. Existe...
“Porque narciso acha feio o que não é espelho...” Faz pouco tempo que a minha compreensão sobre essa frase se ampliou e me fez questionar todos os “eu te amo” que eu já falei. Pareceu-me que, na maioria das vezes – e talvez por toda uma existência –, nós amamos apenas o nosso reflexo no outro. Amamos quando nos reconhecemos no outro. Amamos quando o outro age dentro da nossa expectativa. Amamos quando o outro é uma projeção de nós mesmos. Nós amamos e alimentamos uma holografia, uma ilusão, uma falsa sensação de segurança. Cavamos abismos com as nossas próprias mãos e sabotamos todas as nossas relações. Perdemos a chance de crescer por meio do amor e da verdade – escolhendo a dor da desconexão com a própria essência (quiçá com os outros). Somos incapazes de ouvir a verdade do outro sem agredi-lo, sem fazer drama ou sem entrar em processo de vitimização, bloqueando o fluxo do aprendizado que se dá com o acolhimento, com a compreensão, com o “olhar na mesma direção” (em vez de calçar os sapatos do outro, exigimos a presença do...
Quando você escolhe as plantas que deseja ter em uma horta, precisa dedicar um pouco do seu tempo e da sua atenção para conhecê-las melhor.
Deve pesquisar em que tipo de terra elas se desenvolvem melhor, se gostam de sol, quantas vezes por semana precisam ser regadas, com quais outras plantas se relacionam bem, a que tipo de pragas estão sujeitas e de que forma pode ajudar a superá-las, se os frutos devem ser colhidos ainda verdes (para que finalizem o processo de amadurecimento com a sua ajuda) e assim por diante.
Não existe a mínima possibilidade de agir contra a natureza delas. Faltou água, elas morrem. Excesso de sol, elas morrem. Colhe o fruto antes da hora, ele perece.
Assim são as pessoas. Ainda que consigam se adaptar, ainda que se permitam ceder em alguns pontos, passou do limite, perdem o viço, perdem a graça, tornam-se desinteressantes.
Em um relacionamento você precisa colocar a sua atenção verdadeira no outro e compreendê-lo, aceitá-lo, acolhê-lo. Jamais possuí-lo, controlá-lo, inferiorizá-lo.
Precisa saber o que move o seu parceiro e ajudá-lo a manter essa...
Dias atrás, em um programa de rádio, foi trazido o conceito da “Má-Fé de Sartre”.
Tão atual!
Jean-Paul Sartre chamava de má-fé as mentiras que contamos a nós mesmos para nos livrarmos da angústia da liberdade.
Explico.
Dizia ele que, a todo momento, somos senhores de nossas escolhas, somos o resultado de nossas ações. Segundo ele, estamos “condenados à liberdade” – o que seria angustiante, porque liberdade presume responsabilidade.
Para ele, todo o resto seria um mero pretexto ou uma justificativa na qual preferimos acreditar para calar a vergonha de não termos feito melhores escolhas, para sufocar o medo de tomar atitudes.
A nossa liberdade de autodeterminação seria absoluta, apenas fantasiosamente afastada em virtude de crenças equivocadas, como a do determinismo e a do fatalismo.
Como se buscássemos crenças convenientes e confortáveis que nos libertassem da liberdade, mas, no fundo, sabemos que a nossa vida poderia ser muito diferente, caso tivéssemos tomado melhores decisões.
Na vida, não há o que nos salve de escolher. Desgostando do...
Dias atrás, em um programa de rádio, foi trazido o conceito da “Má-Fé de Sartre”.
Tão atual!
Jean-Paul Sartre chamava de má-fé as mentiras que contamos a nós mesmos para nos livrarmos da angústia da liberdade.
Explico.
Dizia ele que, a todo momento, somos senhores de nossas escolhas, somos o resultado de nossas ações. Segundo ele, estamos “condenados à liberdade” – o que seria angustiante, porque liberdade presume responsabilidade.
Para ele, todo o resto seria um mero pretexto ou uma justificativa na qual preferimos acreditar para calar a vergonha de não termos feito melhores escolhas, para sufocar o medo de tomar atitudes.
A nossa liberdade de autodeterminação seria absoluta, apenas fantasiosamente afastada em virtude de crenças equivocadas, como a do determinismo e a do fatalismo.
Como se buscássemos crenças convenientes e confortáveis que nos libertassem da liberdade, mas, no fundo, sabemos que a nossa vida poderia ser muito diferente, caso tivéssemos tomado melhores decisões.
Na vida, não há o que nos salve de escolher. Desgostando do...
Assisti a um filme que retratava a vida de Alice, uma professora universitária diagnosticada com Alzheimer precoce.
Ela esquece tudo. Esquece a sua grandiosidade, as suas capacidades, as suas habilidades, a sua família. Esquece-se de quem é.
Um hiato no tempo, tal qual o que vivemos - seja em relação ao "grande esquecimento" (decorrente no mergulho na 3D), seja em relação aos nossos pequenos e rotineiros (quiçá propositais) esquecimentos.
Acostumamo-nos à nossa falta de cuidado, à nossa falta de respeito com o tempo e com a experiência, à nossa mais completa falta de profundidade.
Esse passa a ser o nosso proceder: agimos com superficialidade em relação ao que realmente importa e em relação ao que está nas nossas mãos; mas agimos com profundidade em relação ao supérfluo e em relação ao que não podemos mudar.
Somos sedentos por conhecimento - externo.
Somos sedentos por conforto - externo.
Somos sedentos por prazer - externo.
Temos consciência de muitos fatos, somos conhecedores de muitas teorias, estudamos os grandes movimentos sociais e a vida de muitas personalidades.
Tornamo-nos mestres em retórica, grandes críticos,...
Certa vez, muito inspirado, o Luís Fernando Rostworowski falou uma frase que mudou instantaneamente a minha forma de enfrentar as situações que se apresentariam na minha vida. Disse ele:
“Precisamos perguntar a nós mesmos: qual é a qualidade divina que deseja se manifestar nesse momento?”
Isso bateu fundo.
Depois de ressignificar o Criador; depois de compreender que eu vivo em um universo de amor (que apenas devolve o meu mais puro reflexo, até que me seja possível amá-lo); eu compreendi que a mim também cabe, a cada momento, escolher plantar o amor, a compreensão e a sabedoria em todas as situações que me são apresentadas, reescrevendo a grade energética com um novo paradigma.
Podemos, em todos os momentos, continuar agindo de forma automática, crítica, julgadora, reativa, explosiva; ou, então, dar uma chance ao outro extremo: em vez de responder com vitimização, escolher a autorresponsabilidade e investigar o que, em nós, ressoou com o ato a ponto de vê-lo manifestado em nossa vida.
A cada parada para reflexão, aprimoramento.
Quantas vezes nós escolhemos a guerra, a divisão, a fuga? Escolhemos viver em...
Eu estava assistindo a alguns TED’s e me deparei com um de Justin Baldoni, desafiando os homens a usarem as mesmas qualidades que usam para serem “homens o suficiente”, para olharem para si mesmos.
Ele estava estimulando os homens a acessarem o campo do coração, a se expressarem. Em certo ponto, ele fala:
- “Você é confiante o suficiente para ouvir as mulheres em sua vida, para ouvir as suas ideias e soluções, para abraçar/aguentar as suas angústias e realmente acreditar nelas, mesmo que o que elas digam seja contra você?"
De fato, a grande maioria dos homens tem dificuldade de expor as suas vulnerabilidades e angústias – e acessar esse campo na sua parceira depende, necessariamente, de uma passadinha pelas suas próprias angústias.
Mas eu penso que essa pergunta serve a ambos os universos. Somos, nós, confiantes o suficiente para ouvir o outro? Para parar, respirar, sair do estado de defesa e olhar na mesma direção que ele olha?
Nenhum de nós entra puro em um relacionamento. Todos levamos para dentro de casa uma complexidade imensa (que nós mesmos não...
A dor que eu escondia, escondia um lindo caminho ~ Talita Rebello
2018-03-05
A dor que eu escondia, escondia um lindo caminho.
Por Talita Rebello
5 de março de 2018
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Quando damos de cara com as nossas feridas e não é mais possível escondê-las, surge um pavor e uma dor tão lancinante, que nos faz pensar em fugir - como se mudando o entorno, fosse possível voltar ao estado de anestesia.
Penso que, se assim quisermos, podemos passar toda uma existência anestesiados, procurando um culpado aqui, outro acolá; trocando de relacionamentos, mudando de trabalho, alimentando vícios. Somos bastante criativos.
Ano passado eu cheguei nesse lugar. Eu podia olhar o meu algoz nos olhos - e não era mais possível fugir de mim. Eu estava parada à beira de um precipício e era chegada a hora de um passo de fé: ser eu mesma.
Foram-se dias e dias de retrospectivas e, em todas elas, a minha permissividade e a minha vontade de agradar eram tão gritantes, que eu me envergonhei.
Começar de novo era necessário e inadiável. Mas como fazê-lo em um ambiente em que todos estavam tão acostumados à Talita boazinha e prestativa, que constantemente abria mão das próprias vontades para manter a harmonia e, lógico, para ser amada...
Sobre renascer para a verdade do meu ser ~ Talita Rebello
2018-02-11
Sobre renascer para a verdade do meu ser.
Por Talita Rebello
8 de fevereiro de 2018
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A experiência de estar no fluxo é lindamente inexiplicável.
Ela revela a unidade. Ela revela as Egrégoras e as pessoas às quais estamos vinculados.
Ontem foi um dia lindamente incrível.
Pela manhã o meu querido amigo Baptiste Lec mencionou, em um grupo do qual participamos, que os treze dias mais poderosos do ano, segundo o calendário Maia, iniciariam em 08.02.2018, enviando um link explicativo.
Era uma leitura doce e simples, explicando o formato do calendário galáctico criado pelos Maias e a energia preponderante no KIN1, primeiro dia do ano.
Senti necessidade de divulgar a mensagem e de sugerir a um grupo que tentássemos canalizar a energia do dia seguinte em benefício do coletivo, talvez através de uma meditação ou simplesmente da conexão sincera com o influxo energético previsto.
Logo em seguida fui acessar um grupo de mensagens e, ao clicar no grupo que eu desejava compartilhar a informação, o dispositivo atualizou e o toque acabou abrindo um grupo diverso.
Nesse grupo, um amigo querido (e voz de veludo), o Emanoel, havia postado, no...
“Se você busca a conexão com Deus, procure-a na relação com você mesmo, com os seus filhos e com a sua família.”
O meu microcosmo como fonte de todas as conexões - e em uma ordem que, hoje, faz todo sentido: iniciar por mim mesma, para reverberar em todas as minhas relações.
Nós nos relacionamos com os outros nos exatos termos em que nos relacionamos conosco (por isso o autoconhecimento é básico).
Quanto mais mergulhamos dentro de nós e acessamos os nossos processos, mais identificamos os instrumentos religiosos, sociais e familiares que fortemente trabalharam na construção da nossa personalidade, balizando os nossos impulsos e calando os nossos instintos, infligindo culpa e castigo.
Também percebemos que, de fato, nada nunca é sobre o outro. Tudo e todos nos servem de espelhos da nossa própria postura diante dos relacionamentos e da vida.
As circunstâncias nas quais nos encontramos existem para, de alguma...
Discussões ou debates me deixam frustrada, especialmente quando a minha opinião é acolhida. Impor o meu ponto de vista, sabendo-o quase todo cego, faz eu me sentir hipócrita e, de certa forma, responsável por um possível desvio de rota na vida do outro.
Aceito-me como um fragmento da verdade e, ainda assim, da verdade que, hoje, me serve.
Viver cheia de certezas e previsibilidades não alimenta o meu ânimo. Preciso de espaço para o incrível.
Disseram-me, certa vez, que a liberdade não está no que é visível. Ela mora no invisível. Hoje estou certa disso.
É possível ser nômade e, ainda assim, ser preso a uma bagagem emocional pesadíssima. Por outro lado, pouco importa se, na vida, há rotina, há compromissos, há horários; se lá dentro é possível sentir as energias se movimentando, é possível sentir a interação entre as dimensões, é possível celebrar as vitórias silenciosas sobre as nossas questões pessoais, é possível trazer à compreensão questões outrora nebulosas.
Com amor, ainda que haja dor - até restar apenas o amor. ~ Talita Rebello
2017-12-21
Com amor, ainda que haja dor - até restar apenas o amor.
Por Talita Rebello
18 de dezembro de 2017
As experiências têm o peso que nós mesmos as damos.
Nós as qualificamos como boas ou más, como acertos ou erros.
Vivemos como se houvesse, em cima da nossa cabeça, um potinho cujo interior é visível para quem quer que nos olhe. Nesse potinho guardamos todos os bônus que adquirimos por meio dos (assim chamados) acertos, como se deles dependesse o nosso grau de dignidade e merecimento.
Vivemos nos esforçando para exibir esse potinho cheio de bônus.
Os “erros”? Quem, eu?
No fundo da mochila, em um compartimento secreto, há um papel velho, dobrado mil vezes. Sabemos que ele está lá.
Tudo o que nos envergonha. Tudo o que nos diminui o valor. Tudo o que nos torna indignos dos relacionamentos que temos e das bênçãos de Deus. Tudo o que nos mantém em constante débito.
Mas será mesmo que todo o nosso valor está no potinho cheio de bônus? Será que o nosso aprendizado reside, de fato, nos “bons” atos que praticamos apenas para enchê-lo e exibi-lo? Ou será que há algum valor nas experiências que, indevidamente,...
Rompendo o círculo vicioso do desamor ~ Talita Rebello
2017-11-23
Rompendo o círculo vicioso do desamor
Por Talita Rebello
20 de novembro de 2017
Outro dia ouvi alguém dizer que temia pelo futuro, pois o mundo seria dominado pelos filhos da cesariana. Que a forma escolhida para o parto era determinante para a personalidade da criança e que, invariavelmente, quem nasce com hora marcada, desconhece o seu papel como agente, como responsável, nasce com a sensação de que a vida é fácil (ou alguma coisa assim).
Confesso que eu me contorci.
Tenho dois filhos. Fiz duas cesáreas. A primeira de emergência, a segunda com hora marcada.
As duas gestações foram planejadas e desejadas. Duas crianças que foram amorosamente convidadas a fazer parte da nossa família.
Existe uma vivência tão intensa e tão veloz dentro de uma casa com dois pais e duas crianças, que, só por esse motivo, já não me parece razoável a afirmação inicial.
Um pai e uma mãe que trazem consigo todas as experiências da primeira infância para serem tratadas.
Um pai e uma mãe que trazem consigo a carga genética de centenas de antepassados.
Encontrando um tesouro nas vulnerabilidades ~ Talita Rebello
2017-11-01
Encontrando um tesouro nas vulnerabilidades
Por Talita Rebello
30 de outubro de 2017
Essa semana estava assistindo “As Aventuras de Ladybug e Cat Noir” com os meus filhos.
Ladybug e Cat Noir são heróis que movimentam duas energias muito especiais (miraculous), cada um com a ajuda de um kwami (uma criatura mágica – quase como um animal de poder – que a eles se funde, concedendo-lhes os seus atributos).
O vilão, desejoso da obtenção dos kwamis, usa pessoas comuns na concretização dos seus planos. Faz isso da seguinte forma: quando uma pessoa sofre alguma decepção, frustração, traição (entre outros sentimentos negativos), ele as "akumatiza", aproveitando-se desse momento de vulnerabilidade/raiva.
É como se, nesse momento de vulnerabilidade, ele encontrasse o espaço perfeito para “chipá-las”, potencializando a sua raiva e incentivando a vingança.
Parece infantil, mas é bastante similar com alguns processos que acontecem na vida real.
As nossas vulnerabilidades abrem espaço no nosso campo energético e permitem a negativação da nossa vibração.
O que parece ser uma coisa ruim é, por outro lado, um momento em que as nossas sombras gritam para serem vistas. O...
Disseram-me, certa vez, que eu não era ambiciosa, porque eu não desejava da vida uma posição de poder, de sucesso, de influência – eu desejava, apenas, poder gargalhar até a barriga doer (no volume que eu quisesse) e dormir todos os dias em paz.
Pouco tempo depois me acusaram de jogar fora o bilhete premiado da loteria (nessas exatas palavras), porque eu havia terminado um relacionamento que não estava mais extraindo o melhor de mim – e eu desejava ardentemente conhecer e colocar a serviço o que eu tinha de melhor.
Também ouço muito que eu desperdiço a minha capacidade, porque eu não me dedico para passar no concurso dos sonhos (dos outros!) – enquanto eu me preocupo mais com a qualidade dos relacionamentos que eu vivo no trabalho, que com ele em si.
Comentários desse viés foram (e são) uma constante em minha vida. E eu os ouço cada vez mais baixos e fracos: míopes.
Para mim, falta de ambição é buscar cegamente o sucesso e o poder, deixando de lado o incrível, o mágico, o...
Muitos dizem que com o fim da primeira infância perdemos o estado de inocência (associando essa fase, apenas, ao surgimento da “malícia”).
Resolvi pesquisar a raiz etimológica da palavra inocência. Eis o resultado:
“O vocábulo português inocente deriva do particípio presente latino de um verbo composto com o prefixo in- . O verbo simples nocere significa "fazer mal a alguém", "prejudicar". Então, nocentes são aqueles que fazem mal a alguém, que prejudicam os outros; o contrário destes é o innocens, aquele que não faz mal, que é inofensivo. Em português temos apenas o vocábulo na negativa: inocente é, portanto, aquele que não prejudica ninguém, que não faz mal, inofensivo e, assim, honesto, virtuoso.”
“Provém do vocábulo latino innocens, innocentis, que contém o prefixo negativoin- e que se opõe a nefasto. Significa, portanto, «aquele que não causa mal».”
Eu tenho filhos.
Os meus filhos já foram ofendidos, mas também já foram os ofensores.
Os meus filhos já foram agredidos, mas também já foram os agressores.
Chega de Penduricalhos. Apenas dispa-se! ~ Talita Rebello
2017-10-09
Chega de Penduricalhos. Apenas dispa-se!
Por Talita Rebello
9 de outubro de 2017
Ontem eu acordei cansada.
Cansada de tantas verdades absolutas. Cansada de tantas técnicas. Cansada de tantas formalidades. Cansada de tantos rituais. Cansada de tantas opiniões. Cansada de todas essas pessoas que dizem conhecer um caminho melhor que o meu.
O meu marido pegou o violão e começou a cantar. Parecia um menino. Pela primeira vez eu o ouvi tocar Engenheiros do Hawaii. Uma frase gritou aos meus ouvidos:
“qualquer coisa que se mova é um alvo e ninguém está a salvo”
Meses sentindo-me bloqueada pelas opiniões alheias. Cada palavra digitada, um olhar de reprovação que vinha à minha mente. Cada texto, uma porta para ser “o alvo” de quem procura um defeito em tudo o que os outros fazem.
Quanta energia gasta para ridicularizar o outro. Quantos cursos feitos. Quantos livros lidos. Eram mesmo para isso?
Críticas. Julgamentos. Postura agressiva.
Em vez de, apenas, encolher-me diante desse sentimento, escolhi olhar para ele.
Manter a integridade dessa essência (até onde nos for possível) depende de um constante “vigiai” – e não falo, aqui, apenas, dos perigos do mundo (e da nossa falsa sensação de controle).
Falo da nossa postura como pais, das nossas crenças, da nossa energia, dos nossos medos, das nossas culpas, da nossa história e dos nossos padrões familiares.
Não é necessário um profundo conhecimento das obras de Jung ou Freud para ter noção da influência dos pais na psique humana.
Eles nos sentem, eles nos analisam, eles replicam o nosso agir – pouco importa o que falamos.
Por isso são os nossos maiores professores: expõem a nossa...
O nosso compromisso com a vida é desenvolver o amor, a começar pelo amor próprio, até que nos seja possível movimentar o amor incondicional em todas as situações.
Apenas quando nos acolhemos integralmente, quando integramos as nossas sombras (em vez de excluí-las), é que começamos a compreender o amor.
O amor não aceita condições. Ele não depende de perfeição, não exige beleza, não alimenta expectativas. Ele simplesmente é.
E esse propósito maior se apresenta a todos os momentos. Ele é parte integrante de todos os relacionamentos que vivemos.
Ouso dizer que os relacionamentos servem para nos relacionarmos conosco.
O outro é apenas um espelho que nos apresenta o aprendizado atraído, que vira uma chave na nossa percepção, que nos dá um sinal de alerta.
Cada pessoa à sua volta é, em verdade, um portal de acesso a um novo você.
Assim, todas as experiências são válidas.
Qualificá-las como boas ou ruins revela uma percepção limitada ao mundo tridimensional, pois, aos olhos do Ser, são, todas, engrandecedoras.
Eu confio nas capacidades de superação e de transformação do ser humano, porque eu conheço as minhas.
Eu acredito na existência de conexão entre as pessoas, porque essa conexão se fez dentro de mim.
Eu vejo todos os seres como grandes, dignos e merecedores, porque assim eu me vejo.
Eu testemunho o Amor e a Luz de cada ser, porque Eu Sou Luz, Eu Sou Amor.
Vejo, apenas, o que existe dentro de mim e é isso que eu ofereço ao longo do caminho.
Não estranhamente, é o que eu recebo: eu sou amada e respeitada como ser humano em todos os espaços em que eu me encontro; eu sou considerada uma boa pessoa; eu sou presenteada de todas as formas imagináveis.
Isso me faz protagonista da minha própria vida.
Tudo o que faz ressaltar, aos meus olhos, os pontos negativos de outras pessoas, nada mais é do que um...
O meu processo de despertar não foi chocante, nem repentino.
Na verdade, eu não consigo me lembrar de, um dia, ter estado completamente adormecida.
Eu sempre fui diferente – irreverente, era o que a minha mãe costumava dizer para justificar o meu desapego às regras de conduta, aos costumes, aos limites impostos às mulheres.
Apesar da minha postura moderninha, como todos os nascidos em berço Católico, participei de forma bastante ativa da Igreja durante a minha infância e início da adolescência: fiz catequese, fiz crisma, era parte de um grupo lindo chamado A Legião de Maria.
Conta a minha mãe que, lá pelos 10 anos, ao deixar o confessionário no dia da minha primeira confissão, o Pároco, que me aguardava do lado de fora, ouviu-me dizer: “mas que cagada!”. Ele contou isso na missa de domingo.
Eu comecei a sentir, de fato, o peso da culpa católica quando eu comecei a namorar.
A ideia era fazer com que eu me sentisse observada a todo momento. Vigiava-me um Deus que considerava o sexo...
Hoje, na abertura do Portal de Leão, o blog completa um ano.
Portal 8:8.
Todos insistiam para que eu criasse um blog, mas eu pensava: “Quem vai querer ler? A quem interessam as minhas experiências? De que servirá colocar em exposição as minhas turbulências internas e a minha forma de lidar com elas?”
Eu me sentia com a cabeça na guilhotina do julgamento.
Eu me sentia com a vaidade à prova.
Eu sentia o medo da rejeição fervilhando no meu corpo.
Até que o amado Pai João puxou as minhas orelhas: “Não é a primeira vida que você faz isso, sente que nunca está pronta, sente que nunca sabe o suficiente e fica tentando encher copo cheio.”
Disse ele: “não há mais tempo, é questão de vida.... ou vida!”
Mas quase todas as pessoas que eu convivia canalizavam mensagens e as assinavam como Saint Germain, Mestre Kuthumi, Sanat Kumara. Eu era só eu.
Há uma semana assisti a uma palestra sobre um centro de cura na Serra do Roncador.
Em um dos momentos o palestrante, Sr. Dalvan, falou: "Mundo dos mortos é esse aqui, o outro que é o dos vivos. Aqui deixamos esse corpinho que vai se decompor e seguimos viagem.
Fez muito sentido para mim.
Aqui, onde tudo é intenso, onde tudo é denso e as ondas caminham mais lentamente, vivemos o paradoxo do tempo: ele passa rápido quando não deve e passa devagar quando gostaríamos que acelerasse.
Passam as horas, os dias, os meses... e a gente sempre esperando pelo amanhã, quando, então, faremos o que nos deixa felizes.
A ilusão do tempo. A ilusão do amanhã. A ilusão de que temos que chegar a algum lugar.
Fugimos do prazer, com medo da dor.
Enquanto isso, acontece a vida.
O caminho floresce e se enfeita para ser notado, mas nós não nos permitimos fruí-lo, pois ainda não chegamos onde queremos ou porque a bênção que se apresenta não é exatamente o que imaginávamos....
Quando penso em amigos, tenho a nítida sensação de estar falando de família.
Primeiro porque, de fato, tive a honra de encontrar os meus primeiros grandes amigos dentro de casa.
Segundo, porque o conceito de família sofreu reformulações ao longo do tempo e, hoje, abrange, também, as pessoas com as quais eu possuo uma afinidade energética inconfundível, como uma assinatura.
Amigos de uma vida inteira, amigos que conheci ontem, amigos que nunca vi pessoalmente, outros que não sei nem o nome verdadeiro. Apenas sei que o meu nome está seguro na boca deles.
Tenho amigos que me acolhem, outros que me tiram da zona de conforto (e, assim, ensinam-me sobre a importância do movimento).
Tenho amigos que me inspiram, outros que se inspiram em mim (e, assim, ensinam-me sobre a importância de ser autêntica e coerente).
Tenho amigos que me amam, outros que me machucam (e, assim, ensinam-me sobre a importância do amor próprio).
Tenho amigos que me aceitam, outros que me julgam (e, assim, ensinam-me sobre a...
Vivemos como se o despertar fosse o clímax da nossa existência, mas, quando chegamos lá, entendemos o motivo pelo qual tem esse nome.
Corresponde ao acordar de um sono profundo, a um passar do sonho para a realidade – o que, ressalte-se, pode fazer surgir momentos bastante dolorosos.
É o fim da anestesia.
Seguem-se processos de ressignificação de traumas, de raivas, de medos.
Seguem-se processos de autorresponsabilização e, certamente, outros bem complicados de liberação de culpa.
Seguem-se processos de desidentificação com a família e com os demais sistemas que nos circundam e nos controlam.
Seguem-se confrontos profundos entre o ser (livre de conceitos) e o que se pensava ser (construído por conceitos).
Há tanto para deixar ir.
Há tanto do que se desprender... do que se despedir.
A liberdade, há tanto enjaulada pela mente, não sabe mais ser livre. Mesmo desperta, continua procurando onde se segurar, procurando conceitos nos quais se possa confiar, livros que digam onde se pode...
Eu caminho entre muitas pessoas. Pessoas com todos os tipos de crenças imagináveis.
Literalmente.
Não, não falo de religião. Falo mesmo de crença.
Somos mestres em reclamar dos sistemas em que estamos inseridos, sem perceber que somos, também, mestres em mantê-los e repassá-los.
Isso fica muito claro em cada crítica que eu recebo em relação à criação dos meus filhos. Todas fundadas em crenças que são passadas de geração em geração e que servem, gratuitamente, à manutenção da sociedade e das pessoas tal como estão.
Existe uma resistência inexplicável ao diferente. Ou seria medo? Medo de não ter quem responsabilizar depois. Medo de descobrir que, durante anos, permanecemos escravos de limites que não foram impostos por Deus.
Existe uma resistência inexplicável ao que não está escrito, porque o que já está estabelecido deve ser mantido. O que me faz pensar: tudo no mundo mudou, a medicina, a comunicação, a tecnologia. Por que, então, existem algumas coisas que não podem ser tocadas? Onde está o sentir?
Eu li diversas vezes que o ano de 2017 seria regido por Saturno. Também li sobre as implicações desse novo ciclo.
Mas não há nada como a experiência.
Apesar do apelo coletivo trazido pelo novo ciclo (pois finalizado o ciclo “egóico” regido pelo Sol), é na individualidade que eu tenho sentido a austeridade de Saturno, expondo, sem rodeios e de forma bastante objetiva, a minha realidade: os fatos.
Como se todas as historinhas que eu contava (e ainda conto) para mim mesma viessem com uma legenda: essa não é uma história verídica!
Numerologicamente e astrologicamente 2016 foi um ano de encerramento e 2017 está sendo um ano de inícios. Saindo do individual e partindo para o coletivo. Saindo do ego e partindo para o coletivo.
Necessário e indispensável que haja, no meio do caminho, um ponto em que nos enxergamos sem máscaras e assumimos a responsabilidade pelas circunstâncias nas quais nos encontramos, para que possamos, então, começar a criar com...
Está na hora de parir a si mesma! ~ Talita Rebello
2017-06-16
Está na hora de parir a si mesma!
Por Talita Rebello
10 de junho de 2017
Quando foi a última vez que você soltou a sua barriga?
Essa foi uma das perguntas feitas pela amada Anna Sazanoff em um temazcal só de mulheres. E essa pergunta não saiu da minha cabeça.
Damos tanta importância para o que vem de fora (para as opiniões, as expectativas), que cortamos completamente a comunicação com o nosso interior, com a nossa essência, com a nossa feminilidade.
Sim, nós contraímos a barriga. Comprimimos o nosso útero, o nosso centro de força, de criatividade, de generosidade.
Sim, nós tiramos 15 fotos até conseguir escolher uma que revele a nossa melhor face, o nosso melhor ângulo. Como se as pessoas que nos conhecem fossem se importar com a nossa assimetria, já que a elas oferecemos toda a nossa beleza: o cuidado, o amor, a troca, o abraço, o sorriso.
Sim, nós comemos folhas e proteínas, morrendo de vontade de comer um nhoque carbonara. Não percebemos que tudo o que ingerimos a título de sacrifício não satisfaz o corpo, nem a alma. Interiorizamos o nosso próprio mau humor...
Um dia, no meio de uma vivência, perguntaram para mim: como pode, uma mulher que inspira tantas outras (mais velhas e mais novas), estar fragmentada desse jeito?
Naquele momento eu não tinha a menor condição de compreender o que essa pergunta queria dizer.
Aos poucos ela foi fazendo sentido: algumas das minhas “qualidades” eram muito nocivas.
Dócil, flexível, adaptável, pacífica.
Com a ideia primordial de que a harmonia deveria ser mantida a qualquer custo, eu me calava, eu não me insurgia, eu me adaptava.
As qualidades – por todos tão valorizadas – eram parte da construção de um personagem que eu mesma desconhecia, pois com ele eu me identificava intimamente.
Afinal, quem não amaria essa menina engraçada, bem humorada, dócil, cordata, inteligente? Era um lugar bastante seguro.
Comecei a prestar atenção nos meus diálogos internos. Cada vez que eu me calava diante de uma situação, eu resmungava comigo mesma. Cada vez que eu cedia aos planos dos outros (deixando os meus para amanhã), eu me...
Passei uns dias na Chapada dos Veadeiros. Melhor: durante alguns dias, eu vivi a Chapada dos Veadeiros.
Viajei sozinha. Foi a minha primeira vez. E foi muito desejada.
Chego a dizer que foi a materialização de um sonho vivido a dois: por mim e por ela (que me chamava com muita insistência).
Eu estava completamente entregue, sem planos, sem expectativas. Poderia, apenas, sentar-me todos os dias e apreciar a paisagem. De dia e de noite. Eu e ela.
Lá eu conheci o mais profundo significado da palavra comunhão: TOMAR PARTE.
A natureza era esplendorosa: doce e feroz, calma e agitada, rasa e profunda. Mas, garanto, era ainda mais linda e plena quando éramos uma só paisagem.
Não seria tão linda se não houvesse rochas; não seria tão linda se não houvesse água; não seria tão linda se não houvesse vegetais; não seria tão linda se o vento não fizesse voar as partículas de água, formando, com os raios de sol, lindos arco-íris; não seria tão linda se não houvesse, lá, a...
A conexão com a Terra e com a natureza sempre foi muito natural para mim.
Sempre gostei de sujar as mãos de terra, de plantar, de acompanhar o desenvolvimento das plantas.
Sempre contemplei e observei detalhes e ângulos que ninguém mais via.
Sempre fui apaixonada pela dança dos astros e das nuvens no nosso céu.
Sempre respeitei e honrei cada vegetal e erva que eu retirei da terra para consumir.
Sentindo-me assim de forma constante, considerava-me muito grata ao Planeta, que me propiciava meios para viver essa experiência de forma digna e extremamente bela.
Um dia pensei sobre a possibilidade de nunca mais nascer na Terra. Seria essa a minha última vez?
Mas e os mares que ainda não entrei? As comidas que eu não experimentei? Os beijos que eu não dei? Os campos que eu não cavalguei? Meu Deus, e as danças que eu recusei? Aquela chuva que eu não tomei para não estragar o cabelo. As lágrimas que...
Existe um conto que eu gosto muito, chama-se “Um Conto Francês” e foi escrito por Neale Donald Walsch*.
Nesse conto ele narra a conversa de uma alminha (muito curiosa) com Deus e, em determinado ponto, ela pergunta sobre perdão – desejava saber o que era. Mas, em estado de perfeição, o próprio Criador não foi capaz de definir a sensação de perdoar alguém.
Então, uma alma que ouvia a conversa, disse:
“— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.
— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?
— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
— Podes?
— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
(...)
— No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento… — Lembra-te de Quem Realmente Sou.
(...)
— Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviei senão anjos.”
Sem dúvida, uma das buscas da nossa existência é o resgate do poder pessoal.
Não importa o meio no qual você está inserido, sempre há intermediários.
Há intermediários entre você e Deus – o Criador. Há diversas descrições e rituais, há códigos de etiqueta, há os lugares corretos. Como se Ele não nos conhecesse. Como se Ele se constrangesse com a nossa autenticidade. Como se Ele se sentisse agredido pela nossa descontração. Como se Ele não estivesse conosco durante os nossos acessos de raiva, de ciúmes, de desejo. Hoje eu vejo que quanto mais eu me aceito e me apresento como eu sou, mais próxima de Deus eu me sinto, pois caminho em direção ao centro do meu Ser, onde Ele está, onde eu e Ele somos um.
Há intermediários entre você e a sua mais pura vontade. O nosso querer é balizado pelos condicionamentos sociais, religiosos, familiares. Queremos que a nossa caminhada seja avalizada por quem nos rodeia, para que possamos pertencer ao grupo e sermos dignos de amor e cuidado. Acabamos deixando tantos pedaços de nós nos desejos que não realizamos, de forma que,...
Seja você! Por amor ao Criador, seja você! ~ Talita Rebello
2017-04-16
Seja você! Por amor ao Criador, seja você!
Por Talita Rebello
14 de abril de 2017
Somos mais de 7.000.000.000 de pessoas.
Mais de 7.000.000.000 de universos.
Cada pessoa projeta no mundo as imagens provenientes da complexa combinação de experiências, expectativas, crenças, traumas, reações, sistemas, emaranhamentos quânticos, etc.
Nosso ambiente, por sua vez, é determinado pela qualidade das nossas interações com o micro e o macrocosmo, pelo quanto conseguimos nos desprender das generalizações e dos rótulos aos quais fomos submetidos, pelo quanto conseguimos nos preencher de nós mesmos.
Somos de uma complexidade inimaginável: física, emocional, espiritual, mental.
Por isso, cada um, ao seu modo, modifica um pouco mundo. Cada um traz a sua assinatura energética e deixa a sua marca por onde passa, por onde pensa, por onde sente.
Percebem que não é possível haver uma verdade que sirva a todos? E que talvez essa tal verdade nem exista?
Acho que a verdade é como uma dessas estrelas que observamos aqui da terra: quando conseguimos chegar até a sua origem, é possível que já tenha se apagado.
Tudo muda o tempo todo!
Certamente não há nada estático. Basta observar: nem eu (que, mesmo que não quisesse,...
Olhando para trás conseguimos apontar centenas de ideias e movimentos que - acreditava-se - tinham potencial para mudar o mundo.
E, de fato, mudaram - apesar de não terem conseguido se perpetuar.
Todos eles serviram de degraus para onde estamos agora, serviram de experiência para algo maior: algo que agora podemos fazer juntos, como povo da Terra (e não como "os hippies", "os socialistas", "os ecologistas", etc).
Já aprendemos que é necessário haver consistência e responsabilidade. É necessário haver comprometimento e união. É necessário haver empatia, generosidade e compartilhamento.
Mas antes de tudo é necessário compreendermos que para ajudar o planeta precisamos começar por nós mesmos - esse também é o nosso plano!
Estamos aqui para experimentar coisas que dependem de um corpo cheio de emoção (exatamente! Tudo isso que incansavelmente - e em vão - tentamos sublimar).
Estamos aqui para abandonar todas as crenças que nos limitam e nos balizam: não há certo e não há errado, há o que funciona e o que não funciona, dependendo do seu objetivo (palavras de Arcanjo Gabriel).
Estamos aqui para sentir a água na pele, o sorvete...
Tenho me interessado muito pela relação existente entre a vibração das plantas, das cores, dos números, dos chakras.
Descobri que, de fato, está tudo interligado, fazendo prova de que a energia é a linguagem universal.
Em resposta à minha curiosidade, o Universo colocou no meu caminho o AntoAn, um talentoso músico que estuda a relação do som com a vibração produzida no nosso corpo.
Encontrei, na página dele[1], a explicação mais objetiva e simples que eu poderia ter acessado, por isso compartilho com vocês:
“Por que 432hz?
Afinação em 432hz significa simplesmente que a nota A no meio da escala musical irá vibrar a 432hz, então todas as outras notas ao longo da escala serão afinadas em conformidade.
Todas as oitavas da nota A serão o dobro ou a metade dessa frequência de 432Hz (27, 54, 108, 216, 432, 864, etc.).
Aqui estão várias medidas cósmicas, nas quais encontramos exatamente os mesmos números:
Falamos sobre o clima, sobre o trabalho, sobre o trânsito, sobre os filhos, sobre nós mesmos, sobre os outros.
Reclamamos muito. Verbalizamos a autodepreciação. Colocamos quase toda a nossa energia no combate ao que discordamos – aqui somos verdadeiros oradores.
Esquecemos que o verbo é uma jóia.
A despeito do que efetivamente falamos, penso que nós formatamos as palavras conforme a nossa verdadeira intenção (que às vezes nós mesmos desconhecemos). Penso que a vontade fala mais alto que a ação em si.
Einstein dizia: “Somos um campo de energia. Só que visível.”
Mesmo que não vejamos, o que quer que seja que saia de nós em direção ao outro é energia: palavra, movimento, olhar, toque, pensamento.
A palavra que damos vida é energia vital em movimento – é o chi do Tao –, é uma ponte entre a matéria e o espírito, é o som que faz vibrar todas as células do nosso corpo, que reprograma o nosso DNA, que transforma as nossas moléculas de água.
Hoje acordei pensando na qualidade da nossa comunicação.
O que é, então, superficialidade? ~ Talita Rebello
2017-03-25
O que é, então, superficialidade?
Por Talita Rebello
24 de março de 2017
Existe, em mim, uma dificuldade gigantesca de me apegar a conceitos. Eu aprendo tudo com muita velocidade, mas, da mesma forma, apago as informações à medida que não mais preciso utilizá-las.
O mais absoluto desinteresse em conceitos faz com que eu não tenha certezas absolutas e, na grande maioria das vezes, impede que eu me posicione em relação às divergências – confesso, não raro acho que ambos os lados têm ótimos argumentos.
Por muito tempo eu me calei ou me senti ignorante, porque, para opinar sem ser considerada uma hipócrita intelectual, era necessário que eu conhecesse profundamente todas as teses e pesquisas sobre o assunto.
Isso me incomodou por muito tempo. Eu me sentia superficial e, algumas vezes, até mesmo ignorante.
Até que eu percebi: nenhum dos conflitos é, de fato, profundo o suficiente. São rasos. Pura alegoria. Pura distração.
Discussões, disputas e certezas absolutas. Polarização. Dualidade. Segregação.
Mas no meio disso, no profundo silêncio do ser, somos todos filhos da terra e estamos de mãos dadas. Essa é a verdade e ela simplesmente não precisa de defesa.
Eu plantei mudas de berinjela ao lado da batata-doce.
Havia, em mim, um pré-conceito sobre o tempo que as berinjelas demorariam para se desenvolver e como elas estariam dispostas no pé.
Um dia desses eu resolvi sentar no chão para entender onde estavam as batatas-doces e ver se era possível colher algumas sem prejudicar o crescimento das demais, e, quando olhei para o lado, havia berinjelas bastante crescidas nos pés.
É uma planta de folhas largas e os frutos nascem por baixo delas, o que os deixa imperceptíveis para olhos desatentos. Eu esperava que os frutos nascessem em outro lugar e em outro tempo, então me distraí nas minhas próprias percepções e expectativas.
Mas eu não estava no controle.
Como uma das berinjelas estava com o tamanho bem adiantado, eu me apressei e a retirei do pé, ansiosa para mostrar a novidade para as crianças. Eu estava em êxtase com o tempo e a generosidade da natureza.
No fundo eu sabia que, ficando no pé, ela cresceria mais um pouco. Mas aquela bênção foi uma surpresa tão doce, que eu não resisti.
Chegou a hora de entrar em erupção ~ Talita Rebello
2017-02-11
Chegou a hora de entrar em erupção
Por Talita Rebello
9 de fevereiro de 201
Muito tem se falado sobre ser verdadeiro e transparente.
Justifica-se falando sobre a posição do sistema solar na Via Láctea, sobre a onda fotônica, sobre o pulso galáctico, sobre a Ressonância Schumann, sobre conjunção planetária, sobre o salto de consciência e a onda de despertar em massa, entre outros.
São apenas gatilhos.
No fundo é puro amor. O desejo e o plano do Criador, acontecendo de fora para dentro.
Estamos aqui para garantir que também aconteça de dentro para fora e, então, essas forças se encontrem e se potencializem.
A sinergia entre o desejo do Criador e o livre arbítrio do ser humano. Não há força mais poderosa que essa.
O universo está nos provendo dos meios necessários (externos) para que consigamos encontrar, internamente, a força motriz para o nosso salto de consciência: a autenticidade. Aquela assinatura só nossa.
Então, ser transparente e verdadeiro não significa despejar o seu julgamento sobre o outro e expor toda a sua insatisfação em face do seu comportamento, exigindo mudanças.
Significa voltar o seu olhar para dentro.
Significa permitir que toda essa energia velha e estagnada...
O que você guarda é o que te prende. ~ Talita Rebello
2017-02-01
O que você guarda é o que te prende.
Por Talita Rebello
31 de janeiro de 2017
De fato, existem tantas verdades, quanto há pessoas.
Cada um, portando um conjunto complexo de características e vivências, enxerga as situações e o mundo de uma maneira muito individual – e às vezes muito sofrida.
Isso porque as pessoas, salvo raras exceções, não costumam falar sobre as más experiências, sobre as emoções mais primitivas, sobre as dores, sobre os medos, sobre os traumas que condicionam o seu agir no presente.
Acabamos abraçados à mochila das vergonhas, sem, jamais, abri-la em meio às outras pessoas. Isso nos faria indignos de amor, de confiança, de respeito.
Então, passamos pela vida e pelas pessoas conversando sobre amenidades, ou pior, sobre as vergonhas alheias. Expomos a vulnerabilidade alheia para, creio eu, construirmos uma imagem de perfeição em torno de nós mesmos. Somos mulheres mais corretas, somos homens mais dedicados, somos profissionais mais honestos, somos os filhos mais disponíveis.
Quanto mais damos força a essa incoerência, mais azedos e reféns da nossa imagem ficamos.
2016 - o ano em que tudo ruiu. ~ Por Talita Rebello
2016-12-21
2016 - o ano em que tudo ruiu.
Por Talita Rebello
21 de dezembro de 2016
2016.
Ano 9. Ano fiel que cumpriu todas as suas promessas.
Não houve o que não fosse chacoalhado. Nada restou intacto, sem ser visto, sem ser questionado. Tudo foi trazido à luz da consciência. Tudo ruiu.
O mundo atingiu a nota máxima no conceito caos. Nós também.
Os grandes escândalos nos fizeram enxergar os nossos próprios erros, as nossas incoerências, as nossas desculpas para agir em desconformidade com o discurso que tão alto propagamos. Não era mais possível fazer vista grossa à nossa própria hipocrisia.
Sentimos as dores dos filhos das guerras e, em nosso microcosmo, enfrentamos o corpo emocional de todas as dores que, durante a vida, racionalizamos em vez de sentir.
Demonstramos toda a nossa compaixão nas grandes catástrofes, o que nos permitiu enxergar com mais amor e gratidão o caminho escolhido, o momento presente e as bênçãos que, diariamente, recebemos – ainda que camufladas de dor.
Aprendemos sobre responsabilidade, sobre ser soberano: senhor da própria vida, das próprias escolhas (sejam elas quais forem). Estamos deixando de lado a vitimização, estamos...
01.12.1980, 21:15, eu nascia Talita, abrindo o mês do Natal.
Desejei, hoje, estar conectada com o impulso inicial dessa existência. Com os desejos que eu trazia comigo. Com a vontade que me trouxe aqui. Com o plano estabelecido.
Eu visualizei os planetas e o seu alinhamento com o sol no momento em que eu iria nascer – uma linda geometria que hoje se repete.
Gaia surgiu linda aos meus olhos, tomando forma de lar. Preciosa. Iluminada. Imensa.
Eu senti pertencimento. Eu senti amor. Eu senti confiança. Eu senti força.
Afinal, quão fortes e confiantes somos nós, seres que mergulharam na mais absoluta inconsciência, na certeza de que aqui, nesse solo e em meio a tanta dualidade, conseguiriam despertar e semear o amor.
Eu amei e fui amada todos esses 13.149 dias de vida.
Sagitariana nascida sob a bênção do nº 1 - que me acompanha como missão de vida -, eu soube criar um espaço de amor com cada pessoa que cruzou o meu caminho.
O amor estava lá, ainda que sob a forma de dor, ainda que sob a forma de aprendizado, ainda que sob a forma de...
Estive pensando em como somos exigentes com as pessoas.
Somos exigentes nos relacionamentos. Não verbalizamos as nossas expectativas e, secretamente, desejamos que o outro as atenda, o que nos custa muita frustração e reatividade.
Somos exigentes com os filhos. Por que não conseguimos, simplesmente, enxergar uma criança como um ser perfeito e completo? Achamos que a nossa obrigação é lapidá-los por completo e no nosso tempo – quando, na verdade, somos nós que estamos sendo lapidados.
Somos exigentes com as professoras. Desejamos que elas nos substituam à altura e, em uma hipocrisia sem tamanho, esperamos que elas ofereçam às crianças coisas que nós mesmas somos incapazes de oferecer, como paciência em tempo integral.
Somos exigentes com o governo, mas não somos coerentes em nossa própria vida. Tratamos o nosso corpo com derivados do petróleo, conservantes e corantes. Nossa alimentação é artificial, industrializada, processada; ou à custa do desmatamento e da matança animal. Negligenciamos as nossas emoções e empurramos para baixo do tapete toda a nossa dor, pois, perfeitos, seremos aceitos e amados.
A lista de exigências vai longe.
Quanta perda de tempo. Quanto desperdício de amor....
Tamanho é o poder que exercemos sobre o universo que nos circunda, que quando um se move, o todo se move para se encaixar àquele movimento.
Os nossos movimentos reverberam em tudo o que há. Assim também os nossos aprendizados, as nossas curas, os nossos pensamentos, os nossos medos – tudo se transmite ao todo.
Existe uma consciência que se apresenta e se transforma conforme o desenho que o “nós” é capaz de produzir.
Movamo-nos, então, com dignidade, com graça, com doçura. Que nós sejamos as engrenagens que facilitam o trabalho das demais (as que ainda se movem apenas por estímulos externos).
Mas, para extravasarmos, havemos de estar plenos.
Para curarmos, havemos de assimilar e ressignificar os nossos traumas, havemos de abandonar todas as crenças limitantes, havemos de ser livres.
Ele mudava de cores mais rápido do que eu conseguia gravar na memória. Eu não queria esquecer aquele momento.
Instantaneamente uma pergunta veio à minha mente: que tipo de experiências o meu ser desejou viver na Terra?
Ficou claro para mim que eu não havia planejado encarnar para viver experiências puramente espirituais; mas para experimentar, como espírito, aquelas coisas que apenas existem na materialidade.
Senti vontade de me ajoelhar e agradecer as lindas oportunidades que eu tenho de ser humana. Senti a terra molhada entre as mãos e debaixo das unhas. Senti o vento no rosto. Senti o sol aquecendo o meu corpo. Senti o suor escorrendo pelas costas. Lembrei do sabor dos meus alimentos preferidos, da sensação do gelo entre os dentes, dos abraços, dos banhos, das cobertas.
Revi, com esse olhar, grande parte das minhas escolhas e concluí: não houve um erro sequer!
Houve lindos momentos em que eu pude encarar a minha mais pura humanidade: senti dor, senti culpa,...
Sobre estar a serviço da felicidade! ~ Por Talita Rebello
2016-10-20
Sobre estar a serviço da felicidade!
Por Talita Rebello
19 de outubro de 2016
Nem sempre temos consciência suficiente para compreender o que nos é dito.
Nem sempre damos abertura suficiente para uma nova informação, pois nos apegamos a algumas “verdades quase absolutas”.
Mas é como se recebêssemos um empurrãozinho, uma sementinha, uma flecha que nos indica um caminho interessante a seguir.
Quando menos esperamos, aquela informação incompreendida - e até mesmo esquecida - desabrocha a partir do coração e nos faz dar um passo para trás.
E o que parece um retrocesso é, na verdade, apenas um afastar. Afastar da zona de conforto, afastar do drama, afastar dos conceitos, afastar das certezas.
Assim, a cada passo que damos – ainda que para trás, ainda que às cegas, ainda que em completo desconhecimento -, passamos a observar uma cena ainda maior.
E isso não tem fim: é sempre possível dar mais um passo! É infinito para dentro (universo interior) e é infinito para fora (universo exterior).
Ontem, alguns dos conceitos que mais me chacoalharam e me empoderaram no decorrer dos últimos dois anos, foram reapresentados, com a diferença que, agora, eles já faziam parte de mim e da...
O nosso anseio por certeza e segurança é tamanho, que resistimos ao novo com todas as nossas forças. Apegamo-nos a livros, rituais, histórias; assim sufocando o anseio criador que irradia de nós.
A nossa falta de confiança ou o impedimento de acesso ao nosso próprio sentimento é tão gritante, que nos apegamos às experiências alheias que justificam minimamente o que acreditamos. O que não percebemos, é que cada um desenvolve o seu próprio sistema para acessar a mesma coisa. Apenas isso.
Por que, então, em vez de olharmos todos na mesma direção, mantemos o foco nos sistemas/métodos/instrumentos alheios, a fim de validá-los ou desacreditá-los?
Agindo assim, apenas estamos excluindo mais uma forma linda e individual de acessar a Fonte ou, em outra hipótese, o direito divino ao aprendizado do outro.
Cada um aqui se expressa como pode, como sabe e como consegue. Cada um aqui possui, em essência, qualidades que são indispensáveis ao meio em que está inserido – cabe a nós saber aproveitá-las ou não.
A introspecção é sinômino de espiritualidade? Pode ser que sim, mas pode ser apenas uma dificuldade...
Desatando os nós da vulnerabilidade ~ Talita Rebello.
2016-10-08
Desatando os nós da vulnerabilidade.
Por Talita Rebello
7 de outubro de 2016
Algumas situações me fazem refletir mais fortemente sobre a inconstância.
Grande parte das nossas experiências mais valiosas – no sentido de lapidação da humildade, do perdão e da tolerância – acontecem no seio familiar.
Acredito que, propositalmente, essas são as relações das quais não podemos escapar.
Em razão de nos parecerem mais constantes, com bastante frequência deixamos para amanhã as decisões e ações que desejamos tomar, adiamos, protelamos.
Enquanto adultos, crendo em nosso livre arbítrio, muitas vezes optamos por tomar distância das relações que nos incomodam e nos desequilibram, apostando em uma vida nova, dissociada dos pares que nos acompanharam até aqui.
Esquecemo-nos de que foi o nosso próprio livre arbítrio que nos inseriu nesse meio – e, como disse Allan Kardec, quem tem mais consciência, tem mais responsabilidade.
Esquecemo-nos de que onde quer que estejamos, carregaremos conosco a bagagem que trouxemos, a carga genética e a sensação de que deixamos algo mal resolvido para trás – na certeza, ainda que inconsciente, de que haverá tempo para recuperar o amor e o perdão.
Esquecemo-nos de que grande parte dos nossos padrões emocionais e comportamentais...
Um dia me disseram que um dos meus desafios nessa vida seria aprender a ficar sozinha.
Considerando que eu nasci em uma família enorme e absurdamente unida (que almoça e janta junta quase todo dia), ficou claro, de início, que eu precisaria aprender a ficar sozinha em meio ao barulho – e não literalmente sozinha no mundo.
A mente compreendeu o processo.
Agora a espiral do despertar retorna a este ponto e, mais profunda que nunca, atinge em cheio o meu corpo emocional, mostrando que o que a racionalidade compreendeu, o coração ainda não havia absorvido.
Vejo-me, de repente, com diversos processos emocionais não concluídos. Pior, nenhum caminho à frente.
Como encontrar uma estrada que nunca ninguém trilhou, pois é sua e só sua? Como encontrar a estrada que leva ao meu coração, se ninguém mais a conhece?
Hoje, ouvindo a música Mantra do Nando Reis, senti como se tivesse encontrado a chave para o processo que estava em curso.
Não se trata de caminhar solitário, trata-se de caminhar sozinho, ainda que acompanhado.
Há, apenas, níveis de percepção do desenrolar da vida.
Durante a semana, de forma bastante despretensiosa e divertida, estudamos os traumas de infância e a sua relação com padrões corporais e comportamentais na vida adulta. Chegamos à conclusão de que ninguém passa ileso à primeira infância.
Quanto menor a criança, menor o seu universo. Quanto mais indefesa, cada fato ou cada ato atinge de forma mais severa o seu desenvolvimento emocional.
Adultos, identificamos e racionalizamos, mas, mesmo conseguindo compreender mentalmente o que foi vivido, o emocional - ainda estacionado na fase em que houve o trauma - depende de uma ressignificação em um nível mais sutil, objetivo raramente atingido.
Ontem voltei a conversar sobre o assunto com uma das minhas Marias, o que foi muito enriquecedor, pois ambas vivemos situações parecidas - de forma bastante diferente - e passamos por consultórios de todos os tipos de terapeutas. Éramos, ali, duas mulheres maduras, expondo as suas percepções sobre as questões de infância e adolescência que vivemos e chegamos à...
Despertar significa, basicamente, sair de um estado de adormecimento.
Somos mantidos nesse estado pelos mais diversos sistemas em que estamos inseridos, os quais nos mantêm reféns através dos sentimentos de medo/insegurança e, até mesmo, de pertencimento/segurança.
Identificamos claramente esse processo quando pensamos em religião, trabalho, política, mídia, indústria farmacêutica.
Mas será que é possível sermos reféns de relacionamentos?
Sabe-se que as relações familiares são, basicamente, cármicas. Trazem em si as maiores lições de perdão e tolerância que viveremos.
As relações amorosas malsucedidas, por sua vez, parecem existir para nos ensinar uma única lição: amor próprio.
Esses “relacionamentos” são jogos sem vencedores. Baseiam-se em tentativas frustradas de garantir a permanência do outro (aprisionamento), em abrir mão – ou exigir que o outro abra mão – de hobbies e prazeres que não são comuns ao casal (sacrifícios), em reivindicar presença e companhia, na esperança de promover mudanças substanciais no outro, para que, então, haja um encaixe perfeito.
Percebem quanto desamor há na “relação” que nos foi apresentada como “relacionamento”?
Façam o exercício de tentar encontrar o amor nos hábitos doentes que desenvolvemos ao longo dos “relacionamentos amorosos” que vivemos durante...
Hoje uma abelha entrou no banheiro enquanto eu me arrumava.
Sou fã das abelhas.
Reconheço e aprecio todas as qualidades que elas colocam a serviço. Sou beneficiada, diariamente, pelo resultado do seu trabalho: a polinização, o mel, o própolis, a cera.
Quando recebi essa visita logo pela manhã, agradeci a bênção que recebi: veio adoçar o meu dia!
Enquanto eu me vestia ao som do zumbido, percebi que havia aumentado: havia mais uma abelha!
Dia duplamente doce!
A segunda abelha, mais consciente do espaço que ocupava e conhecedora dos caminhos, foi até a primeira, deu uma volta em torno dela (para se fazer perceber) e mostrou o caminho de saída, passando pela janela.
Mas ela não entendeu e continuou voando de encontro às paredes do banheiro, sem conseguir encontrar o caminho para fora.
A abelha-guia voltou e repetiu o ritual: circundou a abelha perdida e passou pela janela.
Não obteve sucesso, mas não desistiu. Voltou uma terceira vez e, com mais insistência, foi vista. Tendo sido percebida, acompanhou a outra abelha, lado a lado, pouco a pouco, até a saída.
Eu gostaria de ver as energias se movendo, dançando, interagindo e, assim, compreender com profundidade a potência das nossas intenções e atitudes.
Eu gostaria de sentir a presença de pessoas que estão longe.
Eu gostaria de ter mais disciplina e de ser mais silenciosa.
Mas eu não sou.
Sou barulhenta, espontânea e não planejo nem a janta.
Eu não possuo todas as qualidades que eu gostaria, nem executarei com perfeição as tarefas atribuídas às outras pessoas.
Mas, certamente, reúno as qualidades necessárias para cumprir com a minha função e para guiar o meu aprendizado.
Cumpro a missão da leveza com louvores.
Contemplo, integro, expresso, celebro, sou grata e disponível.
Em vez de reclamar do que eu não tenho, escolhi colocar as minhas qualidades a serviço – e isso fez toda a diferença, como se a gratidão pelo que sou, tivesse aberto as portas do impossível, despertando dons, habilidades e possibilidades.
Somos, todos, perfeitos e complementares.
Abrigamos, dentro de nós, um verdadeiro universo de vivências e experiências, esperando, apenas, que estejamos prontos para acessá-lo.
Estive pensando sobre o meu gosto pela escrita e sobre a forma com que eu vejo as coisas, que eu acolho os sentimentos. E questionei: o que há de interessante nisso, além de ser a minha forma particular de ver as coisas? Será que, realmente, o meu ponto de vista serve para alguém?
Então, caminhando pelo parque, domingo no fim da tarde, passei por uma amoreira - pela qual já haviam passado milhares de pessoas nesse final de semana. Pensei: é lógico que não restaram amoras maduras.
A primeira vista, de fato, não havia.
Como de costume, cheguei mais perto. Mais perto.
Como de costume, mudei o ângulo. Mudei de novo.
Por trás do que ela mostrava e além do que todas as outras pessoas foram capazes de enxergar, havia, sim, amoras maduras, escondidas atrás de algumas folhas.
Podemos, todos, percorrer o mesmo caminho.
Enquanto uns se contentam com o explícito e com o superficial, outros dedicam um pouco mais de tempo aos detalhes e sentem prazer em trazer à luz a doçura outrora escondida, em desembrulhar presentes,...
Todas as pessoas, todos os relacionamentos, todas as religiões, todas as doenças.
E mais, tudo, absolutamente tudo, é interdependente.
Todas as suas decisões, todas as suas negações, todas as suas fugas. Todas as suas crenças, todos os seus medos, todos os seus julgamentos. Tudo o que você faz ou deixa de fazer afeta um coletivo - coletivo esse que também te afeta e te inunda de estímulos.
Mas veja que você também age - e sempre pode agir - positivamente nesse sistema.
Cada vez que você se escolhe aceitar, acolher, ajudar, confiar, colaborar, unir; você está compondo um movimento de força e empoderamento da humanidade, você passa a ser um agente de transformação dos estímulos coletivos viciosos (construídos negativamente).
É apenas uma questão de posicionamento!
Considere esse texto uma carta de amor que escrevo para cada um de vocês, seres humanos que se ofereceram à vida, neste planeta, neste tempo.
Vítimas e agressores. Abusados e abusadores. Permissivos e rigidos.
Pessoas reativas. Pessoas explosivas. Pessoas à flor da pele.
Críticos. Julgadores. Opiniosos. Barulhentos.
Olho em volta e vejo muito cansaço.
Pessoas lutando para ter. Pessoas lutando para ser. Pessoas se lutando para manter relacionamentos. Pessoas lutando para atingir expectativas.
Respiro. Alinho. Equilibro.
Imperfeita. Vulnerável. Humana.
Ainda assim, luz. E talvez a única chama acesa.
Eu sou luz porque eu me amo e me respeito como eu sou. Eu sou luz porque eu tenho consciência. Eu sou luz porque estou disponível. Eu sou luz porque sou instrumento. Eu sou luz porque não luto mais - contra mim, nem contra você -, apenas acolho e aceito.
Quem é você nesse meio? Qual é a escolha que você faz todos os dias? Fazer parte do drama ou iluminar a trama?
Ouvi uma vez que o nosso mundo é do tamanho do nosso conhecimento.
Creio que sim e creio que não.
Creio que sim, porque tudo o que agregamos, de fato, nos transforma.
Creio que não, porque grande parte do conhecimento que agregamos é exterior, é filtrado, é pré-determinado.
Hoje, acredito que o nosso mundo é do tamanho da nossa permissão, do tamanho da nossa cura, do tamanho da nossa abertura individual.
Grande parte das manifestações divinas acontecem fora da caverna onde fomos inseridos, fora dos livros que fomos obrigados a ler, fora das relações sociais que nos impuseram, fora dos altares, fora da zona de conforto.
É como se fôssemos premiados a cada tentativa - sim, ainda que não consigamos a tão esperada transformação.
É como se o desejo do Criador fosse que apenas olhássemos para nós mesmos e para os outros.
É como se precisássemos, apenas, nos colocar à disposição, à serviço da nossa cura, sabendo que ela, invariavelmente, reverberará na cura do coletivo em que estamos inseridos.
Eu sou a personificação do Criador! ~ Talita Rebello
2016-08-30
Eu sou a personificação do Criador!
Por Talita Rebello
24 de agosto de 2016.
Sou sinestésica.
A não ser que uma situação desperte os meus sentidos, ela não será gravada.
Eu não lembro de detalhes, mas percebo mínimas alterações de padrão comportamental: no tom de voz, no jeito de olhar, na pressão do abraço.
Vivo da associações de planos sensoriais. Sou cheiros, gostos, lugares, sentimentos, sons. Todos eles trabalham de forma harmônica e fazem de mim uma poesia ambulante.
Eu penso poesia. Falo comigo mesma em poesia. É tudo profundo e absorvido de forma alheia à minha consciência.
O dia a dia acontece pra mim como música clássica e os dias fora da rotina surgem como noites no rock!
Algumas pessoas têm cheiro de chimarrão, outras me dão vontade de comer sashimi, outras me aquecem e me dão sede (simplesmente porque me trazem à memória dias de verão e copos cheios de gelo). Sorvete de bola me lembra phrasal verbs e até cheiro de cocô de vaca - pasmem!! - me traz profunda alegria e euforia... e só eu sei o porquê....
Sabe aquela frase: “só sei que nada sei”? Muito propícia.
Costumamos nos encher de certezas, de posicionamentos, de pré-concepções. “Agimos” na certeza de que a história será repetida, criando, assim, padrões e ciclos infindáveis de autossabotagem.
Afinal, acreditamos ser melhor saber como vai acabar, porque assim não criamos expectativas, não sofremos, sentimos uma estranha (e falsa) sensação de segurança porque não seremos surpreendidos.
O engraçado é que, no final, não é que estamos mesmo certos? Os homens não prestam,as mulheres exigem demais, os relacionamentos estão fadados ao insucesso, os políticos não são honestos, o dinheiro é sempre pouco (e o mês muito longo).
Percebem que são as nossas certezas (crenças limitantes) que não dão espaço para que o incrível se manifeste?
Bloqueamos completamente as bênçãos que estão disponíveis.
Relegamos o papel de filhos do criador e vivemos como criaturas (constantemente reagindo em vez de agir). Tomamos como verdade absoluta o que já foi experienciado e não permitimos que o novo se faça.
Portanto, questione todas as suas verdades absolutas. Uma a uma e todas as vezes que elas se fizerem...
Amei ao próximo como amei a mim mesma ~ Talita Rebello.
2016-08-27
Amei ao próximo como amei a mim mesma
Por Talita Rebello.
23 de agosto de 2016
Fragmentação parece ser a palavra de ordem na Terra.
Aqui tudo é segmentado, mas tem o nome de "especialização". Cada qual, para ter sucesso, deve conhecer profundamente os temas com os quais se relaciona. Assim passamos a vida envolvidos em um pequeníssimos aspectos da existência (muitas vezes ilusórios/holográficos). Reputamo-nos cultos, superiores, conhecedores desta verdade. Reputamo-nos mais fortes, mais poderosos, mais merecedores. Reputamo-nos mais puros, mais caridosos, mais abençoados.
Com isso envolvemo-nos em grupos de "iguais" e eles pertencemos. Ali encontramos afinidade, segurança e poder.
O que não percebemos é que o excesso de dedicação a um ponto, nos faz ignorantes em relação a muitos outros.
Quando pertencemos a um grupo, deixamos de pertencer a todos os outros. Deixamos de ter contato com as outras verdades - que, garanto, são igualmente belas e cheias de significado.
Quando defendemos fixamente uma ideia, estamos, em verdade, nos posicionando na contramão do fluxo universal, que compreende uma multiplicidade de verdades, dimensões e possibilidades.
Já pararam para pensar que esta pode ser exatamente a proposta desta realidade? Estimular o agrupamento para...
Eu sou a personificação do Criador! ~ Talita Rebello.
2016-08-24
Eu sou a personificação do Criador!
Por Talita Rebello
24 de agosto de 2016.
Alguns dias eu sinto como se eu fosse o Criador em pessoa.
Eu olho para as pessoas e sinto um amor tão imenso. Vejo uma perfeição tão imensa. Sinto um orgulho tão imenso.
Tamanha a grandeza de cada um que me rodeia!
Cada um lutando duramente a sua própria batalha! Alguns se movendo, outros não. Alguns aceitando, outros não. Alguns gratos, outros não.
Todos, absolutamente todos, tendo novas chances a todo momento.
Todos envolvidos pelo plano divino em um jogo em que não há perdedores.
Amor é só o que há! Todo o resto é fruto da nossa resistência ao fluxo da vida, fruto das nossas crenças limitantes, fruto dos condicionamentos que absorvemos.
Não há o que se buscar. Já o somos! Só precisamos deixar ir a separação, a individualidade, o ego (medos, incapacidades, inferioridades, desamores, culpas).
Eu sinto isso em cada célula do meu corpo.
Sinto em mim. Sinto em você.
Então, cada vez que eu te olho, esteja certo de que te vejo com os olhos Dele e estou acolhendo cada pedaço de você, cada passo que você dá, cada sorriso...
Ontem uma frase em uma música foi o estopim de um turbilhão de pensamentos.
"I just stand by and let you fight your secret war"... Joey, Concrete Blonde.
Para os maníacos por controle isso deve ser assustador, mas os relacionamentos são assim. Cada um, interiormente e secretamente, luta uma guerra com a própria mente. Entendo que aceitar e respeitar isso é o cerne de um relacionamento saudável.
A cada dia nos são dadas oportunidades de reanalisar as situações que vivemos, de vê-las sob outro ângulo. Mas quando as vivências são chanceladas ou reprovadas pelo outro, acabam sendo formatadas, rotuladas – e perdemos a chance de ressignificá-las por nós mesmos.
Por isso existem aspectos de nós que jamais são abertos ao outro, talvez a ninguém: porque queremos ter a chance de promover a reforma interna sem que isso seja constantemente analisado. Existem, inclusive, aspectos que nós mesmos desconhecemos. Outros que queremos abandonar.
Isso também é liberdade.
É difícil encontrar o ponto de equilíbrio entre as imposições sociais (para mim um verdadeiro adestramento mental) e os instintos. Depois, entre os instintos e os compromissos. Depois, entre os compromissos e o coração. ...
Só conhece a confiança quem não procura segurança ~ Talita Rebello.
2016-08-14
Só conhece a confiança quem não procura segurança.
Por Talita Rebello.
9 de agosto de 2016.
Confiança é mais que fé. É saber que, sem saber como.
Nada está sob controle. Nenhum plano. Nenhum relacionamento. Nenhum trabalho.
Mas ainda assim passamos a vida lutando contra a inconstância. Não aceitamos a morte, não aprendemos com o sofrimento, não nos entregamos aos relacionamentos.
Entramos em um jogo que nunca começamos a jogar, porque temos medo que ele termine.
Queremos garantias.
Queremos alianças, papéis, filhos, bens. Tudo bem amarradinho, para que não seja fácil desfazer. Mas esquecemos que o maior motivo para ficar junto é viver um relacionamento que extraia o melhor de nós. Um relacionamento que nos faça generosos, alegres, sonhadores, desejosos. Pode ser que ele dure dois meses, pode ser que dure cinquenta anos. Querer estar é um presente, dever estar é um castigo.
Queremos uma velhice segura. Para isso colocamos o nosso foco no dinheiro que precisamos guardar. Trabalhamos duro e pagamos uma ou duas previdências privadas. Mas esquecemos que o que nos garante uma linda velhice é...
Nós podemos trilhar caminhos diferentes todos os dias, ainda que pareçam iguais.
Um leque de oportunidades é apresentado a cada dia e cabe a você escolher o que vai ser.
Quais são as experiências que você deseja viver hoje? Quais são as conexões que você deseja fazer hoje?
Podemos escolher, a cada minuto, o que será e como será.
Eu costumava escolher sempre o mesmo caminho, na ilusão de que assim teria sempre comigo as mesmas pessoas. Em troca, eu era sempre igual, previsível e compreensiva. Assim, acorrentados, seguíamos.
Durante anos eu carreguei pessoas comigo, como se a minha história e as minhas memórias dependessem dessa ligação. Como se o amor que eu recebia dependesse da minha complacência.
O meu corpo sentia esse peso. O meu pescoço, o meu sistema digestivo, as unhas roídas, a rinite. Havia peso, havia relações não digeridas, havia uma necessidade profunda de mudança.
Não, não foi aos poucos. Foi uma explosão. Romperam-se as correntes e eu estava liberta... e sem muletas. ...
Tenho pensado que essa história de livre arbítrio é uma pegadinha.
Quando estamos dentro do sistema, somos tão absolutamente condicionados, que toda e qualquer opção que fazemos também o é. Existe uma gama de opções previstas e possíveis, dentro das quais flutuamos.
A todo tempo andamos nos equilibrando entre as expectativas familiares e sociais, carga genética, sistemas. Tanto é, que o nosso corpo inclina-se em direção a uma opção muito antes de conseguirmos verbalizá-la: ele já escolheu.
Por outro lado, quando despertamos a nossa consciência para todas as crenças limitantes e condicionamentos, passamos, então, a ter a real possibilidade de agir em livre arbítrio.
Mas não podemos mais. Não queremos mais. Neste ponto, queremos, com todas as nossas forças, abrir mão do controle e entrar no fluxo. Queremos colaborar com o plano, cumprir com o que nos propusemos a fazer.
Conscientes, jamais utilizaríamos o livre arbítrio de forma a prejudicar o outro porque, sabemos, não existe o outro.
Olhamos para um passado bastante recente e percebemos que todos os nossos sonhos, todas as nossas expectativas e frustrações eram filhas do ego.
Tenho pensado que essa história de livre arbítrio é uma pegadinha.
Quando estamos dentro do sistema, somos tão absolutamente condicionados, que toda e qualquer opção que fazemos também o é. Existe uma gama de opções previstas e possíveis, dentro das quais flutuamos.
A todo tempo andamos nos equilibrando entre as expectativas familiares e sociais, carga genética, sistemas. Tanto é, que o nosso corpo inclina-se em direção a uma opção muito antes de conseguirmos verbalizá-la: ele já escolheu.
Por outro lado, quando despertamos a nossa consciência para todas as crenças limitantes e condicionamentos, passamos, então, a ter a real possibilidade de agir em livre arbítrio.
Mas não podemos mais. Não queremos mais. Neste ponto, queremos, com todas as nossas forças, abrir mão do controle e entrar no fluxo. Queremos colaborar com o plano, cumprir com o que nos propusemos a fazer.
Conscientes, jamais utilizaríamos o livre arbítrio de forma a prejudicar o outro porque, sabemos, não existe o outro.
Olhamos para um passado bastante recente e percebemos que todos os nossos sonhos, todas as nossas expectativas e frustrações eram filhas do ego.
Já pensou como seria, se, em vez de criticar o outro, o novo, o diferente; as pessoas tentassem se integrar? Como seria a nossa vida se o nosso impulso fosse acolher o novo, em vez de repeli-lo com tanta força?
Grande parte dos adultos e idosos que passaram anos reclamando das redes sociais e criticando o estabelecimento de relacionamentos "virtuais", hoje estão plenamente integrados. Encontraram amigos da escola no Facebook, participam de grupos no Whatsapp, acompanham blogs e, sim, interagem lindamente. Eu mesma tenho grandes amigos que eu nunca vi pessoalmente.
Seriam, as redes sociais amortecedores da existência? A passagem para um lugar fictício, a fim de fugir da própria realidade? Meios para exposição de uma realidade irreal? Até podem ser. Mas para mim e para todos os que estão lendo esse texto, acredito que sejam excelentes instrumentos de integração, busca e disseminação de conteúdo.
As fugas ocorrem das mais diversas formas e elas são uma condição pessoal, que se vale dos mais variados instrumentos de escape, presentes em todos os excessos: comida, bebida, exercício, sexo, redes sociais, estudo, religião, exposição, drogas, grosseria, trabalho.
Eu sempre escrevi. Era a melhor forma de colocar os meus sentimentos e pensamentos em ordem. Escrevendo eu consigo identificar com mais clareza os meus padrões e condicionamentos, consigo expressar os meus sentimentos. É como um carinho que eu faço em mim mesma. É o momento que a mente reverencia a essência. Tudo o que eu vejo toma forma de palavra. É como se cada situação que eu vivo fosse um grande ímã que atrai para si as palavras perfeitas - palavras que dançam na minha mente até que eu as organize em texto. Um dia, por puro desabafo, resolvi compartilhar os meus pensamentos em uma rede social. Para a minha surpresa, a questão que me afligia era compartilhada por outras pessoas. Passei a verbalizar com mais frequência e a compartilhar as minhas percepções - que nem sempre eram cor-de-rosa. Todas elas guardavam correspondência com alguém. Todas elas serviam a mais alguém, seja para estimular o enfrentamento do problema, seja para trazer uma nova perspectiva. O ego esperneava e dizia: quem se importa com isso? Quem quer saber da sua vida? Vai ficar se expondo para servir de chacota? Mas...
Pensava sobre as almas gêmeas, sobre a forma como nascem e se desprendem da fonte, o objetivo pelo qual se separam e o resultado da sua fusão, quando compreendi que os mesmos princípios podem, sim, ser aplicados aos relacionamentos terrenos.
Assim como é em cima, é embaixo. Assim como é no grande, é no pequeno.
Casais são energias distintas que, juntas, dão nascimento a uma terceira energia. Uma verdadeira sinergia: esforço simultâneo com foco em um mesmo objetivo, em que o todo acaba por ser infinitamente maior que a junção de todas as suas partes.
Há duas coisas indispensáveis: plenitude individual e foco em um mesmo objetivo.
Ou seja, como tudo, o início de um relacionamento valoroso também se dá dentro de si.
Não canso de repetir: é indispensável curar-se. Identificar tudo que te limita, tudo que te condiciona, os sistemas e as culpas que te aprisionam. Olhar de frente e com muito carinho todas as suas experiências, pois, não importa o que houve, você é digno, merecedor e incondicionalmente amado.
Um dia você acorda e sente um desconforto que não pode negligenciar - nem se quiser, nem se tentar.
Ele se mostra presente em cada conversa, em cada música, em cada propaganda de margarina.
Tudo te remete àquele incômodo.
Você o sente no corpo, o coração descompassa, o estômago revira, a garganta aperta - que instrumento mais inteligente! O corpo, definitivamente, é um dos canais de comunicação com a vontade da nossa alma. Quando nenhum outro sinal foi percebido, no corpo ele não poderá ser ignorado.
O corpo materializa as emoções não digeridas, as insatisfações, as frustrações, os arrependimentos, a ansiedade, o medo.
Podemos recorrer à "Neosa", ao Omeprazol, à Maracujina. Sim, podemos postergar o enfrentamento. Podemos postergá-lo indefinidamente: salva-se a mente, deteriora-se o corpo. Resolve-se a consequência, mascara-se a causa.
Nada existe em nós por engano, tudo serve a um propósito e - pasme - foi estrategicamente escolhido por você mesmo. Cada característica sua, cada fraqueza, cada "erro". É como um jogo em que você monta um personagem: escolhe a cor do cabelo, a altura, os pontos fortes e os pontos fracos - e o Pai te...
Até casar – aos 16 anos – estudou em um colégio interno que ficava a quase 300km da cidade em que moravam os pais. Duas vezes por ano o seu pai organizava uma comitiva para busca-la e leva-la para a escola. Iam a cavalo, entre cobras e jaguatiricas. Dormiam em pousos distribuídos ao longo do caminho, atravessavam rios, tomavam chuva (abençoada memória, aos quase 90 anos ela ainda lembrava de tudo: Rio Guaricanga, a Estalagem São Pedro). Com as freiras aprendeu a falar francês, a bordar e a tocar violino.
Foi levada ao altar por um príncipe encantado, o grande amor da vida dela. Esse homem, com muito humor e muita delicadeza, terminou de criar essa adolescente que, nove meses depois, dava a luz à sua primeira filha. Ou seria mais uma de suas bonecas?
Era tão linda, olhos tão azuis, tão pequena. Luiza. Não, Luizinha – e assim é em sua certidão de nascimento.
Ficou viúva muito cedo, com quarenta e seis anos e doze filhos, dois epiléticos.
Não seremos lenda, seremos história ~ Talita Rebello.
2016-07-29
Não seremos lenda, seremos história.
Por Talita Rebello.
27 de julho de 2016.
Basta uma vez.
Basta um vislumbre.
Basta um passo e não há mais retorno.
Toda a sua compreensão sobre esse aspecto é destruída e tudo parece errado, sem sentido.
Você passa a procurar um propósito em tudo o que faz e isso é muito frustrante.
Os seus relacionamentos não têm propósito. A sua alimentação não tem propósito. Os seus sonhos não têm propósito. O seu trabalho (especialmente) não tem propósito – sente que a sua energia apenas serve a um sistema doente que se retroalimenta.
Você esgota a mente pensando em mil alternativas, outras formas de se relacionar, de viver e de se manter – afinal, nesse ambiente não é possível crescer espiritualmente e colocar a sua missão em movimento.
Até o dia em que você acorda e sente: está tudo certo!
Sim, estamos estrategicamente posicionados. Seja na família, seja no trabalho, seja no ônibus, estão todos exatamente onde devem estar. Não há erro.
Isso é fé!
Muda-se a percepção. Trabalho não é fim ou objetivo de vida, é apenas meio. Relacionamentos não são...
O despertar individual acontece em espirais ~ Talita Rebello
2016-07-28
O despertar individual acontece em espirais.
Por Talita Rebello.
25 de julho de 2016.
De quando em quando somos expostos a situações que nos fazem confrontar, novamente, as crenças limitantes que acreditamos abolidas.
A cada enfrentamento, uma nova perspectiva. A cada enfrentamento, o ego é identificado com mais facilidade, a ponto de sorrirmos e pensarmos: danadinho!!!
Antes tentávamos loucamente nos adaptar às ditaduras de beleza e sucesso, hoje olhamos nossos parâmetros pessoais antigos e, não raro, pensamos: mas por que nos esforçávamos tanto para ficar tão iguais?
No afã de pertencer, desrespeitamos a nossa essência, as nossas vontades. Tornamo-nos mais um… mais um a repetir os padrões sociais e familiares, mais um a correr em círculos para atingir as expectativas alheias.
Por isso o processo de despertar envolve percorrer a estrada em direção a si mesmo, conhecer-se, empoderar-se, amar-se, acolher-se. Saber-se diferente e, justamente por isso, insubstituível. Sim, INSUBSTITUÍVEL!!!
Existe alguma coisa que só você – ninguém mais – pode fazer por este planeta e pelas pessoas à sua volta.
A ajuda não virá do céu, pois já está em terr. ~ Talita Rebello.
2016-07-22
A ajuda não virá do céu, pois já está em terra.
Por Talita Rebello.
Somos um quebra-cabeças que não conseguimos montar sozinhos. Algumas das nossas peças foram confiadas aos anjos de carne e osso que estão à nossa volta.
Olha a perspicácia do Criador: só nos conheceremos e nos completaremos com a ajuda do próximo e vice-versa
Ajudar é um movimento de amor. Ser ajudado, um movimento de profunda humildade.
Não somos apenas problemas financeiros, profissionais ou de relacionamento. Somos – enquanto mentes ativas e seres inconscientes – carga genética e crenças limitantes, estamos a serviço de sistemas familiares e sociais, carregamos no subconsciente experiências malsucedidas. Todos nós arrastamos correntes.
Neste ponto existem apenas dois caminhos: dedicar-se a construir uma relação de amor consigo mesmo e com os outros (consciência, pertencimento e colaboração) oucontinuar em modo automático (mente/ego, separação, competição e individualidade).
Eu escolhi a primeira opção. Olhei para mim mesma e pensei: quanto potencial! Olhei para os outros e pensei: quantos espelhos!
O meu conselho é: confesse-se! A próxima vez que encontrar um desses anjos, pergunte se, por um acaso, ele não está com uma das peças que você não está encontrando. Certamente ele te...
Quando eu era pequena eu desejava ter superpoderes… certamente para prover a humanidade de sorvete de morango com calda de chocolate, materializar um unicórnio falante ou um Papai Smurf na casa de cada criança.
Não demorou muito para que eu descobrisse que os desenhos, os filmes e os mágicos não passavam de ilusões, de fantasias. A vida real era diferente, precisávamos trabalhar muito para sermos abundantes; precisávamos sofrer para merecer; precisávamos nos sacrificar pelo outro para que merecêssemos o reino dos céus – lá, sim, seríamos reis.
Mas aconteceu uma coisa no caminho que me fez mudar de ideia.
Contaram-me que eu era feita de Deus e que, de fato, havia em mim superpoderes, se assim eu desejasse.
Para manifestá-los eu precisaria me posicionar. Caminhar na contramão do mundo, no contrafluxo social. Reconhecendo e sendo essência. Cabeça erguida e confiante.
Para manifestá-los seria indispensável me libertar das crenças limitantes, afinal Deus é ilimitado e age de formas inimagináveis.
Essa foi/é a parte mais difícil, a mais interessante (neste ponto a vigilância é ser constante).
Descobri que o ser humano não era livre em nenhum momento da...
Um dia você acorda e sente um desconforto que não pode negligenciar – nem se quiser, nem se tentar.
Ele se mostra presente em cada conversa, em cada música, em cada propaganda de margarina.
Tudo te remete àquele incômodo.
Você o sente no corpo, o coração descompassa, o estômago revira, a garganta aperta – que instrumento mais inteligente! O corpo, definitivamente, é um dos canais de comunicação com a vontade da nossa alma. Quando nenhum outro sinal foi percebido, no corpo ele não poderá ser ignorado.
O corpo materializa as emoções não digeridas, as insatisfações, as frustrações, os arrependimentos, a ansiedade, o medo.
Podemos recorrer à “Neosa”, ao Omeprazol, à Maracujina. Sim, podemos postergar o enfrentamento. Podemos postergá-lo indefinidamente: salva-se a mente, deteriora-se o corpo. Resolve-se a consequência, mascara-se a causa.
Nada existe em nós por engano, tudo serve a um propósito e – pasme – foi estrategicamente escolhido por você mesmo. Cada característica sua, cada fraqueza, cada “erro”. É como um jogo em que você monta um personagem: escolhe a cor do cabelo, a altura, os pontos fortes e os pontos fracos – e o Pai te assiste...
O mundo nunca esteve tão populoso e as pessoas nunca estiveram tão solitárias. Como é possível?
Penso que somos todos invisíveis.
Estamos todos imersos em nossos próprios universos ilusórios. Mentes a mil por hora, alternando entre passado e futuro, criando situações fantasiosas.
Não temos espaço para nos envolvermos. E o que é que viemos fazer aqui?
Não olhamos as pessoas que passam por nós – apenas enxergamos as projeções mentais que temos delas, os personagens, os rótulos, as imagens pré-concebidas.
Você olhou alguém hoje? Os meus olhos ainda não encontraram outros olhos disponíveis… acho que ninguém teve tempo.
– “Cadê as pessoas?” – o meu coração pergunta.
– “Cadê os abraços?” – o meu corpo procura.
– “Cadê os olhares?” – a minha alma implora.
Os seres querem ser vistos! As essências estão ansiosas para se mostrar, para se expor, para se envolver.
Converse comigo e conheça quem eu sou hoje, quem eu sou agora. Porque eu vou conversar com você como se eu não te conhecesse e, a cada dia, vou deixar que a sua essência se mostre.
Estudamos algoritmos, logaritmos, regência verbal, geometria analítica, “lógica” (entre aspas mesmo, porque aquela tabela verdade é ilógica), ângulos, vetores. Quem dera estudássemos contemplação.
A natureza é uma professora muito silenciosa, que se coloca a serviço através do exemplo. Observá-la é como ler o livro da vida.
Nela, como em todo o universo, há padrões que se repetem no microcosmo e no macrocosmo. Um deles é a existência de ciclos.
As estações do ano, o dia e a noite, as fases da lua.
Tudo tem o tempo certo. Um ciclo se curva ao outro em uma dança interminável.
Acolhe. Germina. Doa.
Despedaça-se. Cura-se. Reconstrói-se.
E nós…
Por que nós vivemos com tanta pressa?
Por que atropelamos o tempo de maturação das coisas?
Por que damos o que não temos?
Por que tentamos reconstruir a vida antes de nos curarmos?
Por que insistimos em arrastar o passado, as pessoas e as coisas conosco?
O Outono se foi e, como sempre, deu o seu recado: precisamos nos desapegar, precisamos deixar ir o que não nos serve, precisamos nos renovar.
Somente após esse ciclo de auto-observação e de profunda libertação, é...
Só conhece a confiança quem não procura segurança. - Talita Rebello.
2016-06-06
Só conhece a confiança quem não procura segurança.
Por Talita Rebello.
Só conhece a confiança quem não procura segurança.
Confiança é mais que fé. É saber que, sem saber como.
Nada está sob controle. Nenhum plano. Nenhum relacionamento. Nenhum trabalho.
Mas ainda assim passamos a vida lutando contra a inconstância. Não aceitamos a morte, não aprendemos com o sofrimento, não nos entregamos aos relacionamentos.
Entramos em um jogo que nunca começamos a jogar, porque temos medo que ele termine.
Queremos garantias.
Queremos alianças, papéis, filhos, bens. Tudo bem amarradinho, para que não seja fácil desfazer. Mas esquecemos que o maior motivo para ficar junto é viver um relacionamento que extraia o melhor de nós. Um relacionamento que nos faça generosos, alegres, sonhadores, desejosos. Pode ser que ele dure dois meses, pode ser que dure cinquenta anos. Querer estar é um presente, dever estar é um castigo.
Queremos uma velhice segura. Para isso colocamos o nosso foco no dinheiro que precisamos guardar. Trabalhamos duro e pagamos uma ou duas previdências privadas. Mas esquecemos que o que nos garante uma linda velhice é a qualidade da vida que levamos. A forma com que nos...