Ele concluíra o curso de contabilidade. Então, a vontade de ser médico, de fazer algo mais pelo semelhante, o levou a entrar para a Faculdade de Medicina.
E foi ali que, um dia, ele viu uma jovem morena, que lhe chamou a atenção. Ela parecia ser do Nordeste, e tinha um jeitinho de japonesa.
Enfim, alguém que lhe fez bater o coração de forma diferente.
O tempo foi passando. Ele descobriu o nome dela, falou com seus colegas ou seja, foi chegando devagar, mas com certeza.
Em julho de 1970, ele fez o que considerou a sua mais importante aquisição: um par de alianças. Também uma geladeira, já pensando no futuro próximo.
E naquele mesmo ano, antes mesmo dela terminar o curso, se casaram. Isso permitiu que ao conquistar o diploma ostentasse o sobrenome de casada.
Foram anos maravilhosos. Vieram os filhos, somaram-se genros, noras e netos.
As alegrias foram se sucedendo. De vez em quando, uma surpresa, um pequeno susto. Uma cirurgia cardíaca, um problema de saúde adiante.
Isabel Allende, jornalista e escritora chilena, ao abordar a questão das mulheres no mundo, narra algo que ocorreu no ano de 1998, num campo de concentração para refugiados Tutsi, no Congo, África.
Os protagonistas são uma jovem mulher, de nome Rose Mapendo e seus filhos. Viúva e grávida, de alguma forma ela consegue manter suas sete crianças vivas.
Depois de alguns meses, ela dá à luz a gêmeos prematuros, dois minúsculos meninos. Corta o cordão umbilical com um graveto e os amarra com seu próprio cabelo.
Ela dá a seus filhos os nomes dos comandantes do campo, com o objetivo de ganhar a bênção deles e, com isso, poder alimentá-los com chá preto, já que o seu leite não poderia sustentá-los.
A família sobrevive por dezesseis meses e então, graças ao ato de boa vontade de um soldado americano, Sasha Chanoff, Rose é salva, pois ele consegue colocar sua família em um avião de resgate.
Rose Mapendo e seus nove filhos pousam em Phoenix, Arizona, onde agora vivem e prosperam. O nome...
Num orfanato, igual a tantos outros que enxameiam por toda parte, havia uma pobre órfã, de oito anos de idade.
Era uma criança lamentavelmente sem encantos, de maneiras desagradáveis, evitada pelas outras e francamente malquista pelos professores.
Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento. Ninguém para brincar, ninguém para conversar.
Sem carinho, sem afeto, sem esperança. Sua única companheira era a solidão.
O diretor do orfanato aguardava ansioso uma desculpa legítima para livrar-se dela.
E um dia apresentou-se, aparentemente, uma boa desculpa. A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era terminantemente proibido.
Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um papel numa árvore.
O diretor e seu assistente mal puderam esconder a satisfação que a denúncia lhes causara.
Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior.
E, somando-se ao assistente, pediu para que a testemunha do delito...
Ekaterina vive na Rússia com seus pais. Desde cedo, revelou habilidades para a pintura. Correndo os pincéis pelas telas, despontam paisagens harmoniosas: o céu luminoso, os jardins convidativos, os animais de feição serena, o mar manso e pacífico. Sem dúvidas, um talento notável, mas não excepcional, para uma menina de dez anos bastante disciplinada. Isso, não fosse o fato de padecer, desde os três meses de idade, de distrofia muscular, grupo raro de doenças degenerativas que atingem os músculos, impossibilitando-os de se desenvolverem corretamente, o que causa fraqueza e inúmeras deficiências. Atualmente, a pequena Kate não pode mais falar, levantar os braços, respirar por conta própria e arcar com o peso da própria cabeça. Ela utiliza uma cadeira de rodas para se locomover e, a fim de auxiliá-la a superar suas limitações, faz diversas sessões de terapia, o que lhe toma grande parte do tempo. Todavia, embora os abundantes compromissos que sua frágil saúde exige, Kate não esquece seu amor pela arte. Quando deitada, delicadamente seus pais a viram de lado. Uma tela e múltiplas tintas são posicionadas bem ao lado do seu diminuto corpo. Pincéis...
E eis que chega, outra vez. Hoje haverá muitas flores, perfumes, presentes.
Jantares à luz de velas, abraços, expectativas.
O que será que ele me reserva, neste dia? Será que ela me surpreenderá de alguma forma especial?
Sim, embora esse apressar das coisas que vivemos no mundo, de muitos ficares, de conquistas apressadas e descomprometimentos, o amor continua na moda.
E basta se anunciar o Dia dos Namorados para que o coração bata diferente.
O que será, desta vez? Ano passado, a gente nem estava junto e ele lembrou de me dar um presente. E este ano, como será?
O que eu poderia fazer, desta vez, para ser diferente? Já dei flores, já enviei cartão, já comprei perfume. Preciso pensar...
A origem do Dia dos Namorados remonta ao Século III da nossa era.
Conta-se que, durante o governo do imperador Cláudio II, esse proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército.
O homem, através dos tempos, reconhecendo sua própria fragilidade, concebeu a existência de seres especiais que o defendessem dos maus.
Entre todos os povos, surgiram as lendas e abundaram as histórias de seres dotados de poderes mágicos, alguém com superpoderes. Ou guerreiros de extraordinária força.
Para a imaginação infantil, foram concebidos heróis de todas as formas e espécies: aqueles que salvavam as donzelas dos dragões; os que derrotavam os maus em combates extraordinários; os que vinham em socorro do povo maltratado pela tirania.
Transferidos para as histórias em quadrinhos, faziam a diversão dos pequenos e de muitos adultos que, semana a semana, aguardavam a continuidade dos episódios eletrizantes.
Posteriormente, esses heróis tomaram conta das telas televisivas, com suas peripécias e conquistas.
Foi assim que surgiu o príncipe Adam, do reino de Eternia. Possuidor de uma espada mágica, ele a levantava na direção do céu e proclamava: Pelo poder de Grayskull... E se transformava em He-man.
Uma vez completa a transformação, ele dizia: Eu tenho a força! E partia, como um guerreiro mágico que era, a lutar...
Todos os dias, antes das seis da manhã, Francisco Toda se encontra na lida diária.
De rastelo na mão, adotou um terreno baldio, próximo à sua casa, que ele próprio transformou em jardim, em uma metrópole brasileira.
O incansável idoso, de oitenta e dois anos, dedica em torno de três horas diárias de seu tempo, a fim de deixar o local cada dia mais florido. Zeloso, também mantém limpas as calçadas próximas.
Eu tenho um lema: viver, amar, ser amado, ser reconhecido e ser útil, afirma o gentil descendente de japoneses, de boa conversa e sempre bem-disposto.
No jardim, ele plantou rosas, hortências e dálias, além de uma exuberante costela-de-adão. Há também uma horta com couve-manteiga, cheiro-verde e hortelã.
Dedicado, o jardineiro construiu uma pequena mesa e quatro cadeiras de madeira, além de um balanço para as crianças.
Quero também fazer um escorregador, afirma ele, que tem o costume de deixar suas ferramentas no próprio jardim.
Já comprei o terceiro rastelo. Os dois primeiros, levaram. Gosto de pensar que quem os levou está fazendo limpeza em...
O mundo nos apresenta um rol diversificado de problemas e situações na atualidade.
Enquanto vemos pessoas que se esforçam, lutam, trabalham para saírem da situação caótica, em que se encontram, outras parecem nada querer fazer.
A impressão que nos passam é de que se encontram no palco da vida, assistindo a vida passar. Não se importam com sua aparência, com o lugar onde vivem, com os acontecimentos que as rodeiam.
Olhando-as, quase sempre cogitamos de que pouco ou nada se tem a fazer por elas, desde que parecem indiferentes a tudo.
Por isso, quando nas frentes de voluntariado, é comum alguns de nós nos deixarmos envolver pelo desânimo. E nos assaltam dúvidas como: De que adianta todo meu esforço? Valerá alguma coisa todo esse empreendimento nessas criaturas?
* * *
Naquela manhã, atrasada para o seu voluntariado, Carla solicitou um carro, servindo-se do aplicativo.
Ao fornecer o endereço para onde desejava ir, a motorista exultou: Nossa, a senhora trabalha lá? Conhece o Túlio?
Ante a afirmativa, Fernanda rompeu em emocionadas palavras: Há uns trinta anos minha...
O que é o Amor? Alguém escreveu que o Amor é como uma flor no deserto. Nasce, aparece, cresce, amadurece e transforma em oásis qualquer lugar hostil, áspero e cruel.
É comum, no entanto, em noticiários que divulgam crimes passionais, ouvirmos que quem matou o fez por Amor.
Terá o Amor esse viés de agressividade, de maldade, ao ponto de perseguir, agredir, acabar com a vida de quem dizemos amar?
Será esse o sentido do Amor? O Amor que se registra como posse e se não puder ser nosso, ninguém mais o terá?
O Mestre de Nazaré nos instituiu como lei máxima a do Amor. Amor a Deus, o Criador, e ao nosso próximo.
Detalhou ainda que deveríamos amar a nós mesmos. Eis uma regra especial, algo que nos deve levar a reflexionar com profundidade: quem deseja algo ruim para si mesmo?
Não desejamos para nós somente o melhor, o bom, o agradável?
Talvez, alguns de nós, tenhamos uma ideia distorcida do que seja o Amor....
Naquela manhã, a caminho do trabalho, Marcela ouviu uma conversa no ônibus:Eu disse a ela tudo o que estava entalado na minha garganta. Não tive compaixão.
E como foi que ela reagiu?
Ficou chorando, pedindo desculpas, mas eu não perdoei. Lavei a alma.
Marcela se recordou de uma briga que tivera com a irmã, há alguns anos. E de como dissera palavras duras e pesadas.
Ao ser confrontada pela avó, dissera essa mesma frase que acabara de ouvir:Lavei a alma!
Recorda que a avó perguntara o que significava lavar a alma.
Ora, é botar pra fora tudo o que incomoda.
Entendi. – Falara a sábia senhora. Então, seu coração deve ter ficado em paz depois de ter dito coisas tão duras. A raiva passou e você e sua irmã ficaram bem, certo?
Na verdade, não. Ainda estou magoada e continuamos brigadas. Mas eu disse tudo o que estava entalado.
Conta-se que, há muito tempo, um fazendeiro possuía muitas terras ao longo do litoral do Atlântico.
Horrorosas tempestades varriam aquela região extensa, fazendo estragos nas construções e nas plantações.
Por esse motivo, o rico fazendeiro estava, constantemente, a braços com o problema de falta de empregados. A maioria das pessoas estava pouco disposta a trabalhar naquela localidade.
As recusas eram muitas, a cada tentativa de conseguir novos auxiliares.
Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, se apresentou.
Você é um bom lavrador? Perguntou o fazendeiro.
Bom, respondeu o candidato, eu posso dormir enquanto os ventos sopram.
Embora confuso com a resposta, o fazendeiro, desesperado por ajuda, o empregou.
O homem trabalhou bem ao redor da fazenda, mantendo-se ocupado do alvorecer ao anoitecer.
O fazendeiro deu um suspiro de alívio, satisfeito com o trabalho dele.
Então, numa noite, o vento uivou ruidosamente, anunciando que sua passagem pelas propriedades seria arrasadora.
Os erros, os enganos não se encontram na vida, mas em nós, na nossa maneira equivocada de agir! E, se estamos vivos, temos a oportunidade de corrigi-los.
Nossas atitudes, por não serem as adequadas, não estão nos conduzindo a resultados positivos e é isso que está nos deixando sem ânimo.
Observemos. Muitas vezes, bem próximo de nós, o portador de alguma deficiência física encontra, em um trabalho no...
Há muitos anos, num pequeno e distante vilarejo, havia um lugar conhecido como a Casa dos mil espelhos.
Certo dia, um senhor muito amável, gentil e risonho tomou conhecimento dela e, curioso, decidiu visitá-la.
Adentrou a Casa dos mil espelhos e viu-se refletido naquele sem fim de imagens. Para sua surpresa, deparou com centenas de olhares gentis sobre si.
Abriu um enorme sorriso e, assim, foi correspondido com mil enormes sorrisos.
Ao sair da casa, pensou: Que lugar maravilhoso! Desejo voltar aqui várias vezes!
Outro senhor, que não era tão amável e gentil quanto o primeiro, também foi conhecer essa casa excepcional.
Ele raramente sorria, reclamava muito diante das circunstâncias da vida e sempre que uma oportunidade lhe aparecia, lamentava-se de seus problemas, tornando-os muito maiores do que realmente eram.
As outras pessoas não lhe eram importantes e pouco valor dava a elas. Por isso, isolava-se e não se preocupava com as dificuldades alheias.
Adentrou a casa e foi enorme o seu espanto quando contemplou...
Você já parou para pensar, algum dia, como era o homem Jesus?
Se nos inspirarmos nos Evangelhos podemos esboçar Sua aparência física e espiritual.
Verdadeiramente, Sua aparência física não está descrita nos Evangelhos, mas Ele sempre se mostra simpático e atraente. Causava profunda impressão na multidão, quando se apresentava em público.
Tinha um corpo sadio, resistente ao calor e ao frio, à fome e à sede, aos cansaços das longas jornadas a pé, pelas trilhas das montanhas da Palestina.
Também ao cansaço por Sua atividade ininterrupta junto ao povo, que não lhe deixava tempo nem para se alimentar.
Embora nascido em uma estrebaria, oculto aos olhos dos grandes do mundo, teve Seu nascimento anunciado aos pequenos, que traziam os corações preparados para O receber.
A orquestra dos céus se fez presente e a ópera dos mensageiros celestiais O anunciou a quem tivesse ouvidos de ouvir.
Antes de iniciar o Seu messianato, preparou-lhe os caminhos um homem rude, vestido com uma pele de animal e que a muitos, com certeza, deve ter parecido esquisito ou...
E eis que o dia chega outra vez. E outra vez nos fala de amor, de esperança.
É o aniversário do Ser mais importante que a Terra já agasalhou. Rei das estrelas, Governador de nosso planeta, Rei Solar.
Cristo de Deus, o Ungido. Os homens lhe adivinham a existência, desde tempos recuados. Mais de uma vez, pela Sua grandeza, foi confundido com o próprio Deus.
No entanto, esse Ser especial, nosso Mestre e Senhor, veio habitar entre nós. Quando tantos reclamamos do planeta em que nos encontramos, das condições adversas em que se vive, o Rei Solar tomou de um corpo e aqui nasceu.
Nasceu indefeso, entregando-se aos cuidados de uma jovem mulher. Foi seu primeiro filho.
Quando tantos apontam a inexperiência das mães de primeira viagem, Ele não temeu se entregar aos cuidados de alguém que não concebera anteriormente.
Nem mesmo temeu por ela ser jovem. Entregou-se, tanto quanto confiou em um homem a quem, durante os anos da infância e adolescência, honrou e chamou amorosamente pai, a ele se submetendo.
De que tamanho são os nossos sonhos? Alguns sonhamos com viagens ao exterior, a fim de conhecermos maravilhas exóticas. Ou para nos enriquecermos da cultura de outros povos.
Sonhamos adentrar em museus como o Hermitage, na Rússia ou nos extasiarmos com a produção artística e histórica do Museu do Louvre, em Paris.
Sonhamos visitar castelos antigos, respirando aventuras. Castelos imponentes que mantêm, entre as suas paredes, os registros de muitas gerações.
Outros sonhamos em possuir uma grande casa, quase mansão, com piscina, gramados extensos, jardins multicoloridos.
Sonhamos...
Mas, para alguns o sonho é bem mais modesto, embora não menos difícil de ser alcançado.
O de Beatriz, por exemplo. Aos dezenove anos, grávida do segundo filho, é simplesmente vender o seu café e, com a renda diária concluir o seu barraco, antes do nascimento do bebê.
Andando pelo asfalto de movimentada cidade brasileira, entre os carros, oferecendo o café, certo dia, um ônibus parou.
Pela janela, um passageiro gritou: Ei, você, quer um chá de bebê?
Ela foi tomada pela surpresa e, de forma maquinal, respondeu afirmativamente....
A inteligência é responsável pela grande horizontal das conquistas humanas, mas o sentimento é a grande vertical na direção de Deus.
* * *
Na atualidade, não há como negar as notáveis conquistas da inteligência, responsáveis pela tecnologia e por todas as extraordinárias contribuições da ciência, tornando a vida na Terra mais confortável, com muitos males eliminados ou contornados, propiciando bem-estar, conforto e facilidades de todo porte.
No entanto, não se pode desconhecer que esses instrumentos fabulosos de que se têm utilizado o conhecimento, são também responsáveis por males incontáveis e desastres jamais imaginados de se tornarem realidade.
O conhecimento, que abre as janelas da alma para a percepção da realidade, quando não é alimentado pelo sentimento ético, conduz à cegueira da razão, que somente se direciona para o imediatismo do prazer e do interesse pessoal, com parcial ou total indiferença pelo que sucede ao redor.
Assim tem sido o comportamento da sociedade nesses longos milênios de desenvolvimento da inteligência.
Enquanto o amor não germinar nos sentimentos, contribuindo em favor da harmonia interna, do equilíbrio das emoções, ainda em fase primária de seleção, o sofrimento seguirá ao lado dos viajantes pelos caminhos do mundo.
Aquele era mais um dia, numa grande cidade, dessas comuns, que encontramos esparramadas pelo país.
A urgência habitual fazia com que as calçadas ficassem repletas de pessoas, que corriam, nas suas preocupações do dia a dia.
Com ela não era diferente. Apressava-se na saída do metro, visando desembocar na grande avenida que a levaria aos seus compromissos.
E eram tantos. Pela memória, ia repassando o roteiro das tarefas que lhe competia realizar nas próximas horas.
As escadas rolantes a conduziram para a calçada e para um encontro inesperado.
Justo em sua frente, um jovem. O rosto se escondia atrás da sujeira. Os olhos saltados das órbitas denunciavam o consumo de entorpecentes. As roupas maltrapilhas indicavam o abandono de tudo.
Sua primeira reação foi de medo, de defesa.
Lançou-lhe um olhar assustado, ao mesmo tempo em que levava as duas mãos à bolsa, num movimento de proteção.
Ele a olhou com o resto de lucidez que ainda tinha, e lhe disse: Eu não quero nada, não vou lhe tomar nada.
O quarto dele mais parecia um depósito. Sobre um móvel havia quadros, fotos, tudo amontoado, sem ordem alguma.
Pelo chão, estavam espalhadas caixas de aparelhos eletrônicos, há muito tempo sem utilidade.
Pastas, cadernos, livros, papéis faziam pilhas pelos cantos, em cima de mesas e cadeiras.
Numa grande estante, estavam fitas cassete, de vídeo, DVDs e CDs. Notava-se, além da desorganização, o desleixo, porque uma grossa camada de poeira podia ser vista.
O armário, por sua vez, mal podia ter as portas encostadas, abarrotado que estava de roupas, casacos, sapatos, chinelos.
Interessante que a quase totalidade desses itens já não lhe servia. No entanto, tudo ficava ali guardado para ser utilizado, algum dia.
A casa toda era uma grande confusão, demonstrando que organização e limpeza, andavam longe dali, há muito tempo.
* * *
A organização do ambiente em que vivemos ou no qual trabalhamos, dos móveis, objetos, roupas, retratam o nosso mundo interior.
Por causa disso, importante aprendamos a renovar a energia dos ambientes em que nos encontramos, abrindo janelas, permitindo que os raios do sol a tudo invadam e que...
Ainda hoje, existem pessoas que pensam na interrupção da gestação por causa do diagnóstico de Síndrome de Down.
Pais que possuem filhos portadores de Down se surpreendem com o que eles são capazes de fazer. De um modo geral, quando chega o diagnóstico, o que mais as pessoas comentam, lamentando, é o que a criança não será capaz de fazer.
Uma mãe confessou que ninguém, nem parentes, nem amigos, a foram felicitar pelo nascimento de sua bela menina.
Em vez disso, somente foram lhe dizer tudo o que ela não iria jamais fazer.
Contudo, o mais surpreendente nessas crianças é que elas não dão ouvidos ao que não podem fazer, elas fazem tudo parecer possível.
Elas podem precisar de um tanto mais de esforço mas se superam a cada dia. E o que mais demonstram é sua alegria de viver.
Uma mãe, falando a respeito de sua filha, confessa:Continuamos, meu marido e eu, nos surpreendendo com o que ela superou e como continua se superando.
No dia 14 de fevereiro de 1990, a sonda Voyager 1 tirou uma fotografia do planeta Terra de uma distância recorde de seis bilhões de quilômetros.
Esta é a distância aproximada até o planeta Plutão. Cerca de quarenta vezes e meia a distância entre o sol e a Terra.
Na foto, nosso planeta é visto como um pálido ponto azul contra a imensidão do espaço.
A ideia foi do astrônomo e divulgador de ciência Carl Sagan, que convenceu os técnicos da NASA a girarem a sonda, reorientando-a para que tirasse uma última foto da Terra.
Quatro anos depois, num pronunciamento na Universidade Cornell, onde lecionava, Sagan refletiu sobre o significado daquela imagem:
Não há melhor demonstração da folia humana do que essa imagem distante de nosso pequeno mundo.
Ela deveria inspirar compaixão e bondade nas nossas relações, mais responsabilidade na preservação desse precioso pálido ponto azul, nossa casa, a única.
Quando medido contra as distâncias cósmicas, a enorme quantidade de mundos espalhados pelo espaço, este pequeno planeta é verdadeiramente insignificante.
Nos dias atuais, muitas são as pessoas que se manifestam contra a disposição de se casar. Dizem ser esse passo muito complicado.
Alguns filhos, com mais de três décadas de vida, prosseguem no lar paterno, sem vontade de formarem sua própria família, terem seu lar.
Justificam, dizendo ter medo de serem infelizes. Isso porque observam parentes e amigos que, tendo se casado, com o propósito de felicidade, cedo se divorciaram.
Outros demonstram uma situação de acomodação. Preferem investir na profissão, na carreira, com exclusividade, dizendo que não há lugar, em suas vidas, para compromissos de ordem familiar.
Muitos idealizam sua vida entre trabalho, estabilidade financeira e lazer, com viagens pelo mundo.
Ao refletir sobre isso, lembramos que lemos, recentemente, manifestação de um líder religioso que nos convida a observarmos que o amor que se fundamenta na família é um amor para sempre.
Isso é um fato, pois o amor que se constrói nas lutas do dia a dia se torna sólido.
O papa Francisco nos convida a construir os sentimentos sobre a rocha do amor...
Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador, da região onde morava, cortava e empilhava as madeiras das árvores.
O jovem o admirava, e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, do que aquele homem, no ofício de cortar madeira.
Certo dia, o rapaz resolveu procurar o velho lenhador, no propósito de aprender com quem mais sabia.
Enfim ele poderia tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.
Passados apenas alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que sabia tudo, e que aquele senhor não era tão bom assim quanto falavam.
Impetuoso, afrontou o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores.
O experiente lenhador aceitou, sabendo que seria uma oportunidade de dar uma lição ao jovem arrogante.
Lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.
De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores sem parar.
Quando olho meu Brasil, tão vasto em território e tão pobre em amor dos seus filhos;
quando o vejo tão rico de sol, vida e luz e tantos dos seus filhos vivendo em condições precárias, onde lhes falecem o direito à saúde do corpo e da alma, pois que carecem investimentos governamentais específicos;
quando contemplo as manhãs brilhantes, gritando esperança, e observo os interesses de poucos sobrepujando o bem-estar de toda uma nação;
quando me dou conta de que o país é pleno de riquezas minerais, vegetais, hídricas, que são depreciadas;
quando percebo que há filhos de extraordinários dotes intelectuais, artísticos, do coração, nesta terra, e os vejo abandonarem essas fronteiras para conseguirem seu lugar ao sol em distantes terras, eu choro.
Choro por saber que este país poderia ser o Eldorado dos milhões de seres que aqui vivem.
Lamento ver criaturas esfarrapadas, quando poderiam estar vestindo a camisa do país, no verdadeiro sentido.
Lamento ouvir queixumes, críticas e desaires a respeito de uma terra tão promissora e generosa.
Nesse dia de dores, coloco o hino pátrio para ouvir, bem alto. E penso como seria bom se ele fosse...
Debbie tinha apenas dezesseis anos quando seu professor de inglês a sequestrou e lhe tirou a vida.
Sua mãe, Betty, ficou tão deprimida que passou a negligenciar seus outros quatro filhos.
Dia após dia ela amaldiçoava o assassino. Ele lhe retirara o hálito de vida. Ele destroçara a vida de uma adolescente risonha e que tecia planos para o futuro.
Nada diminuía a sua dor. Nem a ausência de qualquer motivo evidente para aquele crime terrível. Nem a condenação do professor à prisão perpétua.
O ódio a consumia. Começou a ter constantes dores de cabeça e nas costas. Depois de algum tempo, mal conseguia ficar de pé.
Seis anos se passaram morosos, doloridos. Até que, no funeral de sua irmã, um trecho da oração dominical a impressionou.
Uma frase, a respeito da qual nunca meditara: Assim como perdoamos a quem nos tenha ofendido.
Ela procurou literatura a respeito do perdão. Talvez encontrasse uma resposta para sua vida.
Certa feita, a menina, maravilhada com os frascos de perfume da mãe sobre a bancada, se admirava com aquelas diferentes formas e cheiros. Experimentava um e outro, reconhecendo sua mãe em cada um deles.
A cada essência, ela embarcava em uma viagem de lembranças e sonhos, brincando com cada nova experiência olfativa. Foi embalada pela imaginação, que ela surpreendeu a mãe com uma pergunta, dessas que os adultos preferem classificar de ingênuas, quando, na verdade, de tão profundas nos atordoam.
Mãe, qual será o perfume do amor?
A mãe aturdida, ficou a se questionar: Afinal, terá o amor a sua essência?
Enquanto a indústria de perfumes gasta milhões no desenvolvimento de novas fragrâncias, buscando essa ou aquela nota diferente para compor novos aromas, a fim de agradar aos consumidores, há que se perguntar: Será que conseguimos sintetizar o perfume do amor?
Quando nos lembramos do cheiro da comida gostosa com que a avó nos esperava nos finais de semana, ou nos dias de férias na sua casa, não será essa a fragrância do amor?
No mercado competitivo de hoje, em que os comerciantes desejam obter lucros a qualquer preço, existem empresários que realmente se importam com seus funcionários e com a boa harmonia no ambiente de trabalho.
É o caso de um lojista especial, que não se altera diante das costumeiras oscilações do mercado, mas sofre quando um de seus empregados tem um problema qualquer.
A maneira calma de falar, o respeito pela opinião dos outros, e a ponte do diálogo sempre estendida, é sua prática administrativa.
Ele nunca fez um curso de administração, não entende de contabilidade nem de economia, mas sabe como se consegue estimular uma equipe para atingir os objetivos.
Um homem simples, sem diplomas, mas com grande sabedoria.
Faz reuniões constantes e ouve o que os funcionários têm a dizer. Não faz terrorismo com os vendedores, apenas esclarece que a estabilidade da loja depende do esforço de cada um.
Os funcionários chegam sempre visivelmente alegres pela manhã, e terminam o dia com a mesma disposição de ânimo, até mesmo nos dias em que não entra...
O final do ano permite a realização de muitas reuniões para comemorar o Natal e celebrar a amizade.
A troca de presentes na brincadeira conhecida como amigo secreto é uma dessas.
Naquele escritório, o grupo de trabalho se reuniu. Cada um levou um presente para oferecer. Os pacotes foram colocados numa mesa e cada participante sorteou um número para si.
Carla viu uma pequena sacola de uma chocolataria famosa e muito cara. Seus olhos brilharam. Não tinha possibilidade de comprar aqueles chocolates tão finos e desejou, ardentemente, ser a felizarda que os ganharia.
Mas, para tornar a brincadeira diferente, ficou estabelecido que cada número sorteado deveria ir até a mesa e escolher um pacote.
No entanto, se alguém desejasse, na sua vez de escolher, poderia reivindicá-lo.
Carla não tirava os olhos da sacolinha vermelha e sonhava com o sabor daquele chocolate. Era muito caro para seu orçamento tão apertado.
Para sua alegria, ninguém escolhia os doces. As pessoas preferiam as sacolas grandes, mais vistosas.